27 de março de 2014

No capital do Maranhão, motoristas abastecem R$ 0,50 e exigem nota fiscal em protesto ao valor cobrado na bomba de 3 reais

São Luis - Motoristas de São Luís se reuniram na noite dessa quarta-feira para protestar contra o aumento no preço dos combustíveis. Dezenas de veículos foram abastecidos com apenas R$ 0,50 em um posto no bairro da Forquilha, todos com emissão de nota fiscal.

De acordo com o organizador do movimento, Anderson Soares, esse foi apenas o primeiro protesto. "A mobilização dessa noite foi muito boa, levando em consideração que tudo precisa de um começo. As pessoas passarão a ver isso como algo que é possível ser feito. Com isso, acredito que muito mais virão para a rua nos próximos protestos".

Por causa da fila de carros, a Avenida Jerônimo de Albuquerque ficou interditada.
Nota fiscal e moedas de troco
O protesto reuniu condutores de automóveis e motocicletas e todos estavam com cartazes colados aos seus veículos, que mostravam as suas indignações com relação à súbita elevação dos preços do litro da gasolina na cidade, que antes era em média R$ 2,79 e hoje está custando R$ 2,99.

Para o funcionário público Carlos Alexandre dos Santos, a forma de protesto é apenas um reflexo da insatisfação dos condutores. "O que nós estamos vendo hoje é um abuso, pois o preço da gasolina está elevado demais. Nós não podemos aceitar que eles aumentem esse preço sem que façamos nada", disse.

O que diz o sindicato
O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis no Maranhão (Sindcomb), Orlando Santos, afirmou desconhecer a existência de cartelização, mas o Ministério Público estadual confirmou que a prática, ilegal, já está sendo investigada. Ele destacou que a culpa pelo aumento no preço da gasolina ocorrido este mês é da carga tributária. As declarações de Santos foram feitas ontem, na sede da entidade, ao tentar explicar os motivos do aumento no valor do combustível na capital.

Orlando Santos informou ainda que até o mês de junho deverá haver um novo reajuste do preço dos combustíveis. Ele reafirmou não acreditar em cartelização de preços nos postos de São Luís. Segundo ele, o mercado é livre. Santos reafirmou que o sindicato não tem autonomia para regular os preços do produto no mercado.

"O Sindcomb não trata desse assunto. O sindicato não compra, não vende, não trata desse assunto internamente com seus associados, por não ser uma atividade em que a gente se envolva. Nenhum revendedor abre seus custos comerciais para o presidente ou para a diretoria da entidade. Isso é segredo de estado. O preço é livre, assim como o mercado. E cada um compõe os seus custos de acordo com a sua estrutura e conforme suas negociações com as distribuidoras", ressaltou.

Apuração
A partir de agora, haverá uma ação conjunta da Assembleia Legislativa, do Ministério Público, do Procon e da Defensoria Pública do Estado para apurar as denúncias relacionadas com o suposto cartel nos postos de combustíveis em São Luís. A decisão foi tomada ontem pelo presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia Legislativa, deputado Bira do Pindaré (PSB), após sessão ordinária da comissão para discutir as denúncias de formação de um suposto cartel nos postos de combustíveis de São Luís.

Com Informações do G1
BNC Cidade

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