São Paulo - O delegado-titular da Delegacia Seccional de Presidente Venceslau,
Mauro Shiguetoshi Chiyoda, ficou à frente da negociação com os
grevistas. “Temos uma determinação judicial, a qual diz que precisamos
entrar com alguns presos nessa unidade e queremos resolver isso da
melhor maneira possível”, afirmou o delegado durante a negociação. “Só
queremos que o governo dialogue com a categoria”, rebateu o agente de
segurança penitenciária (ASP), Luis da Silva Filho, antes da invasão dos
policiais à unidade. O prefeito de Venceslau, Jorge Duran Gonçalez
(PDT), também esteve presente no local na tentativa de apaziguar os
ânimos.
Superlotação
A greve dos agentes penitenciários já dura 11 dias e, além do
reajuste salarial, a principal reivindicação dos agentes penitenciários é
em relação às “más condições de trabalho” nos presídios, principalmente
por conta da superlotação das unidades. “Neste momento nós temos
aproximadamente 1,2 mil presos nesta unidade, que tem capacidade para
pouco mais de 700”, disse Silva Filho. De acordo com os agentes, 22
funcionários cuidavam ontem do CPD, o que representa pouco mais de 50
presos para cada funcionário. “O culpado dessa situação não somos nós e
nem vocês [policiais] e sim o governo, que permitiu que isso chegasse a
esse ponto”, afirmou o agente durante a negociação.
O delegado-titular da Delegacia Seccional de Presidente Venceslau,
Mauro Shiguetoshi Chiyoda, ficou à frente da negociação com os
grevistas. “Temos uma determinação judicial, a qual diz que precisamos
entrar com alguns presos nessa unidade e queremos resolver isso da
melhor maneira possível”, afirmou o delegado durante a negociação. “Só
queremos que o governo dialogue com a categoria”, rebateu o agente de
segurança penitenciária (ASP), Luis da Silva Filho, antes da invasão dos
policiais à unidade. O prefeito de Venceslau, Jorge Duran Gonçalez
(PDT), também esteve presente no local na tentativa de apaziguar os
ânimos.
Portão arrombado
Os manifestantes resistiram à pressão dos policiais se deitando no
chão e rezando em frente à entrada do CDP, mas acabaram cedendo às
ameaças de prisão e de demissão feitas pelo delegado e abriram caminho
para o comboio de PMs e do GOE, que levou os presos para o interior da
unidade. Porém, a entrada só foi possível após o arrombamento do cadeado
do portão principal e de mais uma série de negociações para que o
portão interno, que leva às celas, fosse aberto. Em voz alta, os agentes
rezavam, como uma espécie de grito-de-guerra. “Essa reação só mostra um
governo truculento que não é capaz de dialogar”, disse o representante
dos agentes penitenciários.
No interior do CDP, a chave foi entregue pelos agentes ao diretor da
unidade, Antonio Carlos Vendramel, que se responsabilizou pela entrada
dos detentos sob escolta dos policiais militares. Os sindicalistas
alertavam para o risco de uma reação dos presos no caso da entrada da
PM, mas isso não se confirmou após a operação. “O que houve foi uma
operação bem sucedida na entrega destes sentenciados, no cumprimento de
uma ação judicial”, afirma o tenente coronel Marcelo Antonio Monteiro,
que comandou a ação da polícia.
BNC Brasil