São Luis - O
supervisor de vendas, Luís Alberto Porto Viana, 50 anos, que mora em
São Luís, tirou folga do trabalho na sexta-feira (04) e foi com a
mulher, a dona de casa Maria Gilvanete Galvão da Silva Viana, 43 anos,
acompanhar o filho, Yago Galvão Viana, 20 anos, em um compromisso na
cidade de Pinheiro que entraria para a história de suas vidas e do
município.
Naquele
dia, o jovem Yago estava entre os quarenta alunos que assistiram à aula
inaugural da primeira turma do curso de medicina da UFMA. Ele já havia
cursado um ano de ciência e tecnologia em São Luís, mas não titubeou ao
trocar a capital pela cidade da baixada maranhense, quando soube que
havia sido aprovado no ENEM para carreira que sempre sonhara. “Vai ser
bom, por outro lado, terei que aprender a me virar sozinho em uma cidade
estranha”, diz o estudante, que quer ser endocrinologista. O que não
chega a ser motivo de preocupação para a família. “Se ele está feliz, a
gente fica tranquilo”, alega o pai Luís Alberto Viana.
Para
o estudante capixaba, Adilao Freitas Costa de Lima, 21 anos, natural de
Ibatiba, Espírito Santo, a chegada à Pinheiro representa uma mudança
ainda maior. As diferenças culturais e climáticas e a distância da
família, no entanto, não são motivos para desânimo. “A primeira turma é
sempre um desafio, mas estou animado com as perspectivas e o empenho
demonstrado pela universidade”, enfatiza. Adilao teve todo o incentivo
dos pais, os professores Paulo José Costa de Lima e Gilsa Lúcia de
Freitas, para se lançar na conquista da tão almejada profissão, sonho
também compartilhado pelos familiares. O avô dele foi o primeiro
farmacêutico de Ibatiba e fazia pequenos procedimentos cirúrgicos na
cidade.
A
mobilidade que o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) permite para o
ingresso em uma Instituição Federal de Ensino Superior faz com que as
distâncias continentais no Brasil não sejam empecilho quando o objetivo é
correr atrás da vocação profissional. Foi o que fez Osyanne Duarte
Corrêa, 20 anos, que largou a faculdade de Odontologia na Universidade
Federal do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, para cursar Medicina em
Pinheiro. Determinada, ela avisara aos pais, Ozeas Viana Correa e Eliane
Cristina Duarte Correa que, como o curso de medicina é muito
concorrido, para onde passasse, iria sem vacilar. “Embora seja um curso
que tá começando agora estou bem esperançosa, o pessoal da cidade é
muito receptivo. Vai dar muito certo”, profetiza.
Na
aula inaugural da primeira turma de medicina em Pinheiro, o reitor
Natalino Salgado disse que aquele era um momento para se orgulhar por
ver que a universidade se renova a cada dia. “A nossa universidade
cresce e se transforma para servir a sociedade. Nós temos o desafio de
romper com o atraso. E é um projeto desafiador levar conhecimento,
ciência e oportunidades para tantos jovens. A educação é o único caminho
para buscar a emancipação e promover a cidadania”, sintetiza
BNC Educação