27 de abril de 2014

Em entrevista exclusiva ao Jornal Pequeno Luciano Leitoa afirma que sentimento de mudança vai tomar conta do Maranhão



MANOEL SANTOS NETO

O presidente do PSB no Maranhão, Luciano Leitoa, disse ontem que a pré-candidatura do ex-deputado Flávio Dino (PCdoB) representa uma feliz confluência de histórias e ideais. “Estamos alinhados ao sentimento de mudança que irá tomar conta do Maranhão como uma espécie de viral cívico e transformador”, declarou Leitoa.

Aos 33 anos de idade, mas já com a experiência de quem exerceu mandatos de deputado federal e estadual, e atualmente investido no cargo de prefeito de Timon, Luciano Leitoa é também um grande entusiasta tanto da candidatura de Roberto Rocha ao Senado quanto da candidatura do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República.

“Eduardo Campos expressa uma vontade que está manifesta na sociedade: a de aprofundar as mudanças sem ameaçar as conquistas dos últimos 20 anos. Entendemos que a alternância de poder é saudável para oxigenar o ambiente político que está anestesiado pela disputa entre o PSDB e o PT que se tornou estéril”, assinalou Leitoa, nesta entrevista ao Jornal Pequeno, em que analisa a atual conjuntura política:

Jornal Pequeno – Que avaliação se pode fazer de seu trabalho em Timon, na condição de prefeito jovem, eleito para administrar uma das cidades mais importantes do Maranhão?

Luciano Leitoa - Fui eleito com a convicção, que sustento até hoje, de que o maior desafio não era o de gerenciar a máquina administrativa, mas de enfrentar uma cultura política resignada que não permite que as cidades médias quebrem o círculo vicioso do clientelismo, do nepotismo, da dependência submissa ao poder central. Sem esse enfrentamento as cidades não serão capazes de construir um projeto de desenvolvimento autônomo. Paralelamente a esse desafio enfrentamos dificuldades assombrosas com o sucateamento da máquina pública, dívidas crescentes, a cidade inadimplente, o acúmulo de 16 folhas de pessoal para pagar somente no primeiro ano. Tomamos medidas duras e impopulares de contenção e enxugamento da folha, reorganização das finanças, negociação das dívidas e todo um plantel de medidas necessárias para que a administração pudesse voltar a ter fôlego de investimentos.

Já temos um repertório grande de avanços e conquistas pontuais mas temos consciência de que ainda é pouco diante das legítimas demandas da população. Mas para os próximos anos já estamos com uma série de projetos em andamento para dar uma nova feição à nossa cidade.

JP – Tem surgido efeito a política de parcerias com os governos federal e estadual?

Leitoa - Eu destaco com o Governo Federal, além dos programas de rotina de qualquer município, estamos com alguns projetos já em fase final para iniciar as obras. Um exemplo é o Centro de Iniciação Esportiva, um complexo de 7 mil metros quadrados, com ginásio poliesportivo moderno.

Com o Governo do Estado temos a parceria mais importante para alavancar a economia do município que é a construção do Condomínio Industrial. Já liberamos o terreno, em condições espetaculares de logística modal, com entroncamentos rodoviário, ferroviário e fluvial e farta oferta de energia e água. Mudamos as leis municipais para ofertar melhores condições de investimento e procuramos centenas de empresários dispostos a se instalar em Timon, com benefícios fiscais do Estado e do município.

O condomínio já está com a licitação aberta pelo Estado para a sua construção e temos dezenas de empresas interessadas. O potencial é de tal monta que tem provocado reações dos nossos irmãos piauienses, preocupados com a migração de indústrias para a “rive gauche” aqui do Parnaíba. Esse não é nosso propósito, mas também não nos resignamos a ser o primo pobre do desenvolvimento local. Nosso destino é o de parceiros para crescermos juntos e fortalecer a Ride Teresina, que é a grande conturbação em que vivemos. 

JP – Na condição de dirigente partidário, o que dizer sobre a atual situação do PSB em nosso Estado?

Leitoa - O PSB é o partido que mais cresce no Estado e creio que a campanha presidencial que se aproxima nos fará protagonistas de um projeto de Nação. Com certeza sairemos das próximas eleições muito maiores do que entramos.

JP – Internamente, o PSB está unido, pacificado, para disputar as próximas eleições?

Leitoa - Somos um partido de fato, com história, com doutrina, com ideologia, com sentido de compartilhamento de ideais. Por isso crescemos sustentavelmente, de dentro para fora. É isso que nos une e nos pacifica.

JP - Qual a importância da candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República?

Leitoa - Ela expressa uma vontade que está manifesta na sociedade: a de aprofundar as mudanças sem ameaçar as conquistas dos últimos 20 anos. Entendemos que a alternância de poder é saudável para oxigenar o ambiente político que está anestesiado pela disputa entre o PSDB e o PT que se tornou estéril. Trazemos novas ideias, novos métodos e nova visão das capacidades de transformação da política.

JP – E sobre o papel da ex-ministra e ex-senadora Marina Silva, nesta campanha?

Leitoa - Marina Silva agrega à campanha um valor ético formidável que se expressa nas suas concepções de uma nova política, mais solidária, mais horizontal, menos autárquica. É um farol importante que traz novas luzes também para nossa visão política.

JP – Como partido histórico da esquerda maranhense, o que representa para o PSB a candidatura de Flávio Dino ao Governo do Estado?

Leitoa - Representa uma feliz confluência de histórias e ideais. Estamos alinhados ao sentimento de mudança que irá tomar conta do Maranhão como uma espécie de viral cívico e transformador.

JP – Qual a importância de o PSB disputar o Senado com o nome de Roberto Rocha?

Leitoa - É a possibilidade de termos em Brasília um representante digno para sustentar nos embates parlamentares a expressão das mudanças que serão conduzidas pelo governo de Flávio Dino, se essa for a vontade de Deus e do povo maranhense.

JP – Além da disputa ao Senado, que espaços o PSB pretende disputar nas eleições de 2014, em relação às vagas da Assembleia Legislativa e da Câmara dos Deputados?

Leitoa - Estaremos nos embates parlamentares nos dois ambientes legislativos, com nomes à altura dos desafios.

JP – O que pode ser feito para que as oposições maranhenses mantenham-se efetivamente unidas para a disputa das próximas eleições?

Leitoa - As oposições já estão unidas. O que há são diferenças táticas que não ofuscam a convergência estratégica. Faz parte do jogo político e é absolutamente legítimo que as lideranças disputem espaços. Mas estou certo de que nada irá abalar a unidade das oposições, até porque esse é um imperativo de nossa responsabilidade histórica.

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