Por José Menezes
Gomes*
No dia 10 o
governo se reuniu com o ANDES SN para discutir a carreira docente. Neste dia,
os professores das IFES estiveram paralisados visando dar inicio à mobilização
no sentido de pressionar o governo no atendimento da nossa pauta. Sabemos que
somente com um movimento forte poderemos atingir este objetivo. Nesta direção,
visamos ampliar a mobilização para que no final de abril possamos dar inicio ao
movimento de greve nacional.Temos como objetivo um projeto de carreira docente
que sustenta uma universidade baseada no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão.
O governo
federal tem acelerado o processo de privatização dos serviços públicos em
especial a criação da EBSERH. Além disso, prossegue a privatização de
aeroportos, rodovias, portos, ferrovias. Ao mesmo tempo em que se expande este
processo, observamos no orçamento de 2014 a destinação de 1 trilhão de reais
para o pagamento do serviço da dívida pública. Além disso, este governo faz
mais uma vez o corte de 44 bilhões de reais nos chamados gastos sociais. Estes
consecutivos cortes destes gastos são acompanhados por liberação do Tesouro
Nacional de empréstimos ao BNDES e elevam a precarização das condições de
trabalhos bem como o arrocho salarial dos servidores públicos.
Os recursos
que deveriam ter sido investidos no bom funcionamento dos serviços públicos
acabam sendo repassados aos grandes capitalistas a 5% ao ano. Com isso, parte
crescente do dinheiro público é transferido via pagamento do serviço da divida
para garantir grandes lucros aos banqueiros e o rendimento dos fundos de
pensão. A outra parte serve para subsidiar os maiores capitalistas do país, em
particular, os gastos com a Copa de 2014, na construção de estádios.
O resultado de
toda esta inversão de finalidades do Estado é o constante ataque aos servidores
públicos, especialmente com a privatização da previdência dos SPFs, da
crescente terceirização, do aumento e intensificação da jornada de trabalho, do
arrocho salarial que resultam na precarização das condições de trabalho, que se
desdobra no aumento do adoecimento docente e num maior endividamento destes
servidores. Neste quadro, o governo pretende fazer mais com menos
recursos, tal como ocorreu com a introdução do REUNI, onde a expansão está
ocorrendo por conta e risco dos servidores.
* José Menezes
Gomes, Doutor em História Econômica pela USP, pós-doutor em Ciência Política
pela UFPE, é professor do curso de Ciência Econômicas da UFAL de Santana do
Ipanema e Coordenador do Núcleo Alagoano pela Auditoria Cidadã da Dívida.
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