25 de abril de 2014

Fazer mais com menos eleva adoecimento do docente



Por José Menezes Gomes*

No dia 10 o governo se reuniu com o ANDES SN para discutir a carreira docente. Neste dia, os professores das IFES estiveram paralisados visando dar inicio à mobilização no sentido de pressionar o governo no atendimento da nossa pauta. Sabemos que somente com um movimento forte poderemos atingir este objetivo. Nesta direção, visamos ampliar a mobilização para que no final de abril possamos dar inicio ao movimento de greve nacional.Temos como objetivo um projeto de carreira docente que sustenta uma universidade baseada no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão.

O governo federal tem acelerado o processo de privatização dos serviços públicos em especial a criação da EBSERH. Além disso, prossegue a privatização de aeroportos, rodovias, portos, ferrovias. Ao mesmo tempo em que se expande este processo, observamos no orçamento de 2014 a destinação de 1 trilhão de reais para o pagamento  do serviço da dívida pública. Além disso, este governo faz mais uma vez o corte de 44 bilhões de reais nos chamados gastos sociais. Estes consecutivos cortes destes gastos são acompanhados por liberação do Tesouro Nacional de empréstimos ao BNDES e elevam a precarização das condições de trabalhos bem como o arrocho salarial dos servidores públicos.

Os recursos que deveriam ter sido investidos no bom funcionamento dos serviços públicos acabam sendo repassados aos grandes capitalistas a 5% ao ano. Com isso, parte crescente do dinheiro público é transferido via pagamento do serviço da divida para garantir  grandes lucros aos banqueiros e o rendimento dos fundos de pensão. A outra parte serve para subsidiar os maiores capitalistas do país, em particular, os gastos com a Copa de 2014, na construção de estádios.

O resultado de toda esta inversão de finalidades do Estado é o constante ataque aos servidores públicos, especialmente com a privatização da previdência dos SPFs, da crescente terceirização, do aumento e intensificação da jornada de trabalho, do arrocho salarial que resultam na precarização das condições de trabalho, que se desdobra no aumento do adoecimento docente e num maior endividamento destes servidores. Neste quadro,   o governo pretende fazer mais com menos recursos, tal como ocorreu com a introdução do REUNI, onde a expansão está ocorrendo por conta e risco dos servidores.

* José Menezes Gomes, Doutor em História Econômica pela USP, pós-doutor em Ciência Política pela UFPE, é professor do curso de Ciência Econômicas da UFAL de Santana do Ipanema e Coordenador do Núcleo Alagoano pela Auditoria Cidadã da Dívida.

BNC Artigo

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