11 de abril de 2014

Polícia Federal nega em nota ter feito escuta ilegal em cela de doleiro

Brasília - Um dia após a defesa do doleiro Alberto Youssef solicitar à Justiça Federal investigação sobre a origem de suposta escuta clandestina instalada na cela onde ele está preso na Superintendência da  Polícia Federal em Curitiba, a PF divulgou nota nesta sexta-feira (11) na qual afirmou não ter feito escutas telefônicas ilegais e que investigará o aparelho encontrado no local (leia a íntegra da nota no fim desta reportagem).

Alberto Youssef está preso desde 17 de março sob suspeita de chefiar um suposto esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. A Operação Lava Jato foi deflagrada em seis estados e no Distrito Federal.

Ao G1, o advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, relatou que as escutas eram feitas em tempo real por meio de um aparelho GSM, que usa chip de celular. "Esse equipamento estava escondido na cela e foi encontrado pelo meu cliente. É um absurdo tudo isso e, acima de tudo, é ilegal", disse.

"A Polícia Federal, no dia 10/4, às 17h, em revista de rotina às celas da carceragem da Superintendência Regional no Paraná, encontrou um equipamento eletrônico estranho àquele ambiente. O dispositivo foi apreendido e passará por perícia técnica para se identificar a natureza da peça", diz a nota da PF

De acordo com a PF, a defesa do doleiro protocolou a petição na justiça uma hora após a revista de rotina às celas. "A PF também vai investigar como o dispositivo entrou na cela, uma vez que apenas advogados e familiares têm acesso ao preso. A PF esclarece que não faz escutas clandestinas."

Ligação com político
As investigações da Polícia Federal apontaram ligações entre o doleiro e o deputado federal licenciado André Vargas (PT-PR). Conforme os autos, Vargas usou um avião pago por Youssef para viajar com a família à Paraíba. A informação foi divulgada pelo jornal "Folha de S.Paulo" e confirmada depois pelo próprio deputado.

Além disso, segundo informação publicada posteriormente pela revista "Veja", o deputado e o doleiro teriam trocado mensagens de texto, nas quais discutiam um contrato entre uma das empresas de fachada de Youssef e o Ministério da Saúde. Com a repercussão da segunda denúncia, Vargas pediu licença de 60 dias da Câmara dos Deputados e renunciou à vice-presidência da Casa. Partidos de oposição conseguiram também com que o Conselho de Ética da Câmara abrisse um processo de cassação do mandato dele.

Pelo Twitter, na quinta-feira, o deputado voltou a comentar a situação e disse que vai provar sua inocência. "Estou certo de que não cometi ato ilícito e vou provar isso, de cabeça erguida. Não traí a confiança que sempre mereci do povo do Paraná. (...). A imprensa está devassando minha vida e vendo que não tenho nada a esconder. Meu patrimônio condiz com o salário de deputado", publicou Vargas na rede social.

Veja a íntegra da nota divulgada pela PF:

"A Polícia Federal, no dia 10/4, às 17h, em revista de rotina às celas da carceragem da Superintendência Regional no Paraná, encontrou um equipamento eletrônico estranho àquele ambiente. O dispositivo foi apreendido e passará por perícia técnica para se identificar a natureza da peça.

Os advogados de um dos presos, na Operação Lava Jato, só após a revista realizada pela polícia, uma hora mais tarde, protocolaram uma petição na Justiça Federal, com acusações que serão alvos de apuração.

A PF também vai investigar como o dispositivo entrou na cela, uma vez que apenas advogados e familiares têm acesso ao preso.

A PF esclarece que não faz escutas clandestinas.
"

Fonte: G1
BNC Notícias

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