Por Luana
São Luis - Um dos
infames do governo das sombras se manifesta. É o senhor Aluísio Mendes,
que rompeu o seu silêncio sepulcral depois de ter sido desmoralizado por
sua rainha, quando esta lhe tirou todos os poderes sobre a Polícia
Militar em virtude dos ataques do Bonde dos 40, entregando-os a um
Coronel PM, seu arqui-inimigo. Mas quem é Aluísio Mendes, esse que
intitulou os policiais militares grevistas, de “criminosos”?
Aluísio é o atual Secretário de Segurança
Pública do Maranhão, pois a rainha entendeu há alguns anos que entre os
profissionais de segurança do estado não haveria nenhum de competência
suficiente para comandar policiais militares e civis. Já há algum tempo
vinha entregando essa pasta a federais, nobres da polícia brasileira,
com seus altos salários, engordados por polpudas diárias, fartura de
equipamentos e subordinados ao Ministério da Justiça, o que lhes dá
maior autonomia, para comandar policiais estaduais maltrapilhos, mal
pagos e desequipados, fórmula perfeita para a insatisfação dos
profissionais.
À exceção, é claro da Polícia Civil, pois, por uma
questão de afinidade, já que as duas são judiciárias em esferas
diferentes, mas principalmente de estratégia, a fim de calar o sindicato
que não engolia os federais e poderia obstar suas intenções, estes
buscaram privilegiar a policia paisana. Bem, se alguém é deveras
privilegiado, alguém tem que ser prejudicado e sobrou para a PM, pois
como já expomos e sabemos, o regulamento intransigente é o melhor aliado
dos déspotas maranhenses, pois que a impede de fazer greves. A maior
demonstração de competência desses federais, um deles estrangeiro em
nosso estado, mas “policiólogos” da maior estirpe, não era conhecer
nossas peculiaridades, mas sim, favorecer a “famiglia” de informações
privilegiadas sob operações federais que pudessem atingi-la, como a
“Operação Boi Barrica”, em que ele antecipara as ações da Polícia
Federal, prejudicando sensivelmente as investigações.
Bem, Aluísio não tem nenhuma qualidade
que não a de fiel serviçal de Sarney. Aluísio é apenas um agente de
Polícia Federal que praticamente nunca trabalhou na operacionalidade
naquela Instituição. São várias as versões para a sua aproximação com os
Sarney, todas giram em torno da grande amizade de seu pai com o “Capo”
da Famiglia, pois aquele teria, em troca de um favor ou de muita
bajulação, pedido ao chefe da Ditadura maranhense, que tomasse conta de
seu filho, após a sua morte (muito nobre, não?).
Se o povo maranhense não tem nenhum zelo
da parte de seu pretenso “pai” e “líder” (bem ditatorial), Aluísio foi
muito beneficiado e protegido. Faço uma pequena defesa da mediocridade
dos Coronéis agora. Em determinada instância, os Delegados de Polícia
Civil, Bacharéis em Direito, também são vassalos do governo, pois se
calaram ante o fato de serem comandados por um agente. Entretanto, sua
servidão é bem melhor paga, pois seu salário inicial é bem maior que o
de um Coronel com 30 anos de serviço.
Agora, porque Aluísio chama os policiais
militares de criminosos? Talvez porque uma das características do
criminoso é ser dissimulado e essa qualidade pertence a Aluísio. O
Valete da Corte Sarneysista pretende candidatar-se a Deputado Federal,
para sê-lo, estima-se que os gastos giram em torno de R$ 5.000.000,00
(cinco milhões de reais). Onde e como Aluízio conseguiu tal soma?
Sabe-se que quando um funcionário de uma esfera está a serviço de outra,
deve optar pela remuneração de uma das duas. Será ele o novo Robert
Shiller, Prêmio Nobel da economia, que descobriu como armazenar tamanha
quantia, ganhando apenas o salário de policial federal ou, beneficiemos a
ele com a alternativa da mais valia, ganhando unicamente o salário de
Secretário de Estado, mesmo tendo que arcar com as despesas de sua
família?
Quem sabe devamos esclarecer o porquê do
Secretário Aluísio ter tentado a todo custo e por muito tempo
conseguido, manter no comando da Polícia Militar, um oficial apagado,
obtuso, sem traquejo algum de administrador, mas servo leal e
intransigente, o Coronel Franklin. Um homem dado a surtos de cólera,
porém despreocupado com sua função de chefe de mais de cinco mil homens
espalhados por um estado de dimensões continentais, que durante a
explosão do primeiro movimento grevista da PM encontrava-se dando
entrevista em uma rádio sobre o seu primeiro CD de toadas de
Bumba-meu-Boi e quando do massacre de um PM em um Trailler policial,
assistia ao jogo do Sampaio para depois entregar-se ao molejo do forró
em algum clube de ambientação duvidosa, incidente que finalmente o
derrubou. Um Comandante Geral que, se não teve desenvoltura durante toda
a sua vida para administrar quartéis, dado ás suas limitações
intelectuais.
Aluísio citará como prova de sua
transparência o fato de ter saneado a Garagem da Secretaria de
Segurança, de onde administra as duas polícias, mas que recebe viaturas
apenas da Polícia Civil, colocando ali um Coronel reconhecidamente
técnico e austero. Entretanto, esse é o grande disfarce, aparentar
transparência em sua casa.
Então Aluísio Mendes, agente de polícia
federal, recrutado num tempo em que estes não precisavam ter curso
superior, cujo grande feito é ter colocado a seus pés homens com mais
experiência em ações, portadores do 3º grau, porém mendigos de atitudes,
pense duas vezes antes de chamar alguém de criminoso.
A primavera maranhense está chegando.