Acailândia - A presidente da Comissão de Meio
Ambiente da Assembleia Legislativa, deputada estadual Eliziane Gama(PPS) realizou
visitas durante toda a tarde desta terça-feira (13) à comunidade do Pequiá de
Baixo e ao Entreposto de Minério da Vale do Rio do Doce, ambos localizados no
município de Açailândia.
Há pelo menos sete anos a comunidade
luta para o reassentamento das 380 famílias que residem no Pequiá de Baixo
devido a convivência direta com altos índices de poluição provocadas pelas
atividades de mineração e da siderurgia desenvolvidas por empresas siderúrgicas
instaladas em volta das casas, por ocasião da construção da Estrada de Ferro de
Carajás, em concessão à mineradora Vale.
Segundo relatos de moradores da região
o problema se agravou ainda mais após o aparecimento de doenças respiratórias e
de mortes causadas pela poluição e pelo abandono de dejetos incandescentes nas
proximidades das casas.
“Tudo bem que a chegada da Estrada de
Ferro tenha gerado desenvolvimento econômico para Açailândia, mas não podemos
esquecer que vidas estão se acabando aqui no Pequiá com tanta poluição. A
comunidade chegou antes, e, ainda assim, aceitou sair do local de origem com a
condição de reassentamento, ou seja, a vale e as siderúrgicas continuam com os
seus trabalhos e nós concordamos em viver em outro local, porém com saúde
garantida”, explicou Joselba, integrante da Associação Comunitária dos
Moradores do Pequiá.
Durante a visita, a deputada teve a
oportunidade de visitar uma das famílias que possui o muro da casa colado com a
mineradora, ficando assim expostos ao excesso de fumaça e de calor. Outro
destino da visita foi à casa de uma criança de 9 anos que sofreu graves
queimaduras nas pernas e nas mãos ao passar por um dos terrenos onde ocorre o
processo de mineração.
“Esses dois casos não são únicos. Todos
aqueles moradores que vivem em volta das siderúrgicas e da mineradora são
prejudicados com doenças respiratórias. Eu vi de perto e saí estarrecida com a
situação, casos que chegam a morte por conta de poluição. O remanejamento deve
ser feito urgente com uma nova terra e livre dessas fumaças e restos de
resíduos”, enfatizou Eliziane.
Segundo o advogado Danilo Chammas,
representante da comunidade, a luta pelo reassentamento já conseguiu alguns
avanços, como por exemplo, forçar, com a mediação do Ministério Público
Estadual, as empresas siderúrgicas, o governo do Estado e o município de Açailândia a buscarem um acordo contra a poluição e a para uma solução
definitiva do drama que estão sofrendo.
BNC Parlamento Estadual