No
G1
"Um dos mais importantes nomes da música popular brasileira, Chico Buarque completa
70 anos nesta quinta (19). Quarto dos sete filhos do historiador e
sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista amadora Maria Amélia
Cesário Alvim, ele nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1944, e
desde muito cedo demonstrou interesse pela música.
Aos nove
anos, quando morava com a família na Itália, compôs suas primeiras
marchinhas de carnaval, e por volta dos 12 já escrevia operetas que eram
cantadas pelas irmãs, segundo uma delas, Ana de Hollanda.
Na adolescência, descobriu na literatura mais uma paixão, além da
música e do futebol. A carreira, porém, só começou para valer nos anos
60, quando abandonou a faculdade de Arquitetura e passou a se dedicar a
shows e, pouco depois, festivais. Seu primeiro disco, um compacto com
“Pedro pedreiro” e “Sonho de um carnaval”, foi lançado em 1965. No mesmo
ano conheceu Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Em 1966, foi
um dos vencedores do II Festival de Música Popular Brasileira da TV
Record (em empate com “Disparada”, de Théo de Barros e Geraldo Vandré),
e, além de ver sua música traduzida para vários idiomas, gravou seu
primeiro LP, conheceu a futura mulher, Marieta Severo, e teve seus
primeiros atritos com a censura do governo militar, que se agravariam no
ano seguinte, quando ele escreveu a peça “Roda Viva”. Depois de ser
preso, em dezembro de 1968, mudou-se para a Itália no que chamou de
“autoexílio”. Já de volta ao Brasil, teve mais problemas em 1970, quando
“Apesar de você” foi censurada, e em 1973, quando sua própria gravadora
o impediu de cantar “Cálice”. Cansado das perseguições, criou um
personagem, Julinho da Adelaide, e com esse pseudônimo conseguiu lançar
músicas sem problemas.
Seu primeiro
livro, “Fazenda Modelo”, foi lançado em 1974. Cinco anos depois ele
publicou um livro infantil, “Chapeuzinho amarelo”, e em 1981 finalmente
editou “A bordo do Rui Barbosa”, um poema da década de 60. Chico é autor
ainda de quatro romances: “Estorvo” (1991), “Benjamim” (1995),
“Budapeste” (2003) e “Leite derramado” (2009), e cinco peças de teatro:
“Roda viva” (1967), “Calabar” (1973), “Gota D’água” (1975), “Ópera do
Malandro” (1978) e “O grande circo místico” (1983).
Nos anos 80,
o cantor voltou aos palcos, após nove anos de afastamento, e se tornou
um dos rostos da campanha pelas Diretas Já, com a música “Vai passar”
sendo uma das mais usadas pelo movimento. Em 1986, retornou também à TV,
apresentando durante sete meses o programa “Chico e Caetano”, com Caetano Veloso, na TV Globo.
Já na década
de 90, se tornou avô, encerrou um casamento de 33 anos e ajudou a
Mangueira a conquistar um título de campeã do carnaval carioca ao se
tornar enredo da escola, à qual é ligado há muitos anos e pela qual
sempre desfilou. Nos anos seguintes, foi tema de dois documentários,
“Chico ou o país da delicadeza perdida”, dirigido por Walter Salles e Nelson Motta e lançado em 2003, e “Dia voa”, de Chico Natal, em 2012."
BNC Famosos