São Luis - O
governo federal não tirou dinheiro da educação, da saúde, da segurança
pública ou da infraestrutura urbana para aplicar nos estádios em que
será disputada a Copa do Mundo. “Pelo contrário, a Copa vai gerar
benefícios – materiais e imateriais – que se somarão ao que o governo
federal já investe em áreas consideradas pela presidenta Dilma Rousseff
como prioritárias”, aponta o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação
da Presidência da República, Thomas Traumann. Ele lembra que os 12
estádios construídos ou modernizados nas cidades-sede dos jogos custaram
R$ 8 bilhões. Desse total, R$ 4 bilhões são recursos dos governos
estaduais, municipais e de empresas privadas. Os R$ 4 bilhões restantes
foram cobertos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
“Não
é uma doação a fundo perdido. O dinheiro terá que ser devolvido com
juros por clubes, construtoras, ou pelas empresas administradoras dos
estádios”, explica Traumann. Ele aponta que o BNDES tem a menor taxa de
inadimplência do sistema financeiro nacional. “O rigor com que libera
seus recursos foi responsável pelo adiamento, no início das obras, de
alguns estádios”, lembra. Isso porque o banco estatal exigia garantias
plenas de que o empréstimo será honrado.
Outros
R$ 17,6 bilhões de recursos públicos estão investidos em infraestrutura
nas cidades-sede dos jogos. Este é um dinheiro em benefício dos
brasileiros em geral, com retorno em obras de mobilidade urbana,
aeroportos, portos, segurança, turismo e telecomunicações. “Servem à
Copa, mas permanecerão como legado à população”, destaca o ministro. O
investimento total da Copa chega a R$ 25,6 bilhões.
O
ministro da Secom adverte que nenhum real previsto para escolas ou
hospitais foi desviado para a construção de estádios. “Só com a Saúde, o
governo federal gastou no ano passado R$ 83 bilhões. Com a Educação, R$
101,9 bilhões”, contabiliza. Desde 2010, quando se intensificaram as
ações e as obras para a Copa, o governo federal investiu R$ 825 bilhões
em Educação e Saúde. Ou seja, 33 vezes mais que o custo da Copa.
Traumann
faz o que considera uma comparação simples com o passado recente, que
mostra um quadro expressivo. Em 2002, os gastos federais com Saúde foram
nominalmente de R$ 24,735 bilhões. Com Educação, R$ 18,01 bilhões.
Atualizados, o investimento em Saúde em 2002 correspondeu a R$ 47,56
bilhões. “A diferença em Educação é gritante: R$ 34,6 bilhões foram
investidos em 2002, em valores corrigidos, contra os R$ 101,9 bilhões
pelo governo Dilma no ano passado. Ou seja, em dinheiro de hoje, onde se
investiu 100 reais em 2002, o governo atual investiu 300 reais em
2013”, pondera.
Ele
pondera que, concluída a Copa, ela já estará paga. A Fundação de
Estudos e Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo
(USP), divulgou estudo sobre a Copa das Confederações realizada em 2013.
Constatou que o resultado econômico foi um acréscimo de R$ 9,7 bilhões
ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Por
sua duração, número de cidades-sede, atração de turistas nacionais e
estrangeiros, audiência televisiva global e relevância esportiva, a Copa
do Mundo é considerada, no mínimo, três vezes mais importante e
rentável do que a Copa das Confederações. Na previsão conservadora da
Fipe, a Copa do Mundo apresentará saldo de R$ 30 bilhões. Acrescente-se a
esse resultado a repercussão que a Copa terá no exterior, para
benefício da economia, do esporte e do turismo nacionais.
Traumann
avalia que, além desse aspecto positivo para a imagem internacional do
Brasil, as obras de infraestrutura, mesmo as que só serão concluídas nas
próximas semanas ou meses, terão reflexo na elevação da qualidade de
vida de milhões de brasileiros. “Ganham as cidades-sede com a melhora do
transporte coletivo e do trânsito em suas ruas e avenidas. Ganha o país
inteiro com a modernização dos aeroportos, dos portos e das
telecomunicações”, constata.
A
própria segurança pública será beneficiada com o reequipamento das
diversas esferas policiais e a integração das operações de inteligência
em âmbito nacional. Iniciada com a realização da Copa, ela será
imprescindível daqui para a frente no combate ao crime organizado e ao
tráfico de drogas e de armas. Como apontou a presidenta Dilma Rousseff:
“Tudo que o governo prometeu para a Copa foi entregue”.
MOBILIDADE URBANA
O
governo federal investiu R$ 8 bilhões em 42 projetos de mobilidade
urbana. Os beneficiários são os 62 milhões de habitantes da região
metropolitana das 12 cidades-sede da Copa. Entre essas obras
destacam-se:
BELO
HORIZONTE – Obras de implantação do BRT nas avenidas Santos Dumont e
Paraná, e das interligações Via Minério-Tereza Cristina e Boulevard
Arrudas-Tereza Cristina. O investimento: R$ 439,5 milhões. O BRT
Cristiano Machado, para ligação do Centro com a região nordeste da
cidade, está com 87% das obras concluídas.
BRASÍLIA – Ampliação da DF-407 para acesso ao aeroporto Juscelino Kubitschek. Investimento: R$ 49 milhões. Concluída.
CUIABÁ
– Implantação de duas linhas de VLT para ligação do aeroporto às
regiões leste e oeste e do bairro de Coxipó ao Centro. Investimento: R$
1,557 bilhão. Obras concluídas. A duplicação da Avenida Mário Andreazza
com implantação de faixa exclusiva para ônibus está com 93% das obras
concluídas.
CURITIBA
– Implantação do sistema de controle e monitoramento do tráfego de
veículos em sete municípios da região metropolitana. Concluída em 95%.
FORTALEZA
– BRT Avenida Alberto Craveiro, que liga o aeroporto ao estádio
Castelão e à região hoteleira. Investimento: R$ 3,7 milhões. Concluída
em 96,7 %.
RECIFE – Corredor da Vila Mangue. Investimento de R$ 433,2 milhões. Concluído em 95%.
RIO
DE JANEIRO – Implantação do BRT Transcarioca que liga o aeroporto Tom
Jobim ao terminal Alvorada na Barra da Tijuca e ao metrô, para conexão
com o Maracanã, numa extensão de 39 quilômetros. Investimento: R$ 1,703
bilhão. Concluída.
AEROPORTOS
Estão
concluídas e entregues as obras que servem à Copa nos aeroportos das 12
cidades-sede e aqueles utilizados para deslocamento das delegações
entre os centros de treinamento e os locais dos jogos. Os 21
empreendimentos de reforma e construção de terminais duplicarão, no
mínimo, a capacidade de embarque e desembarque no conjunto desses
aeroportos.
O
destaque é para a modernização dos aeroportos de Guarulhos (inaugurado o
quarto terminal com capacidade operacional três vezes superior à dos
outros três já existentes), Galeão (inaugurado um segundo terminal) e
Brasília (novo terminal com 18 novos fingers). As obras ainda em
andamento no restante do país não têm relação direta com a Copa.
PORTOS
Reforma
dos portos de Manaus, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador e Santos, que
incluem facilitação para atracagem de navios de grande porte,
construção, ampliação e alinhamento de cais, construção de terminais de
passageiros, urbanização de acesso a estacionamentos. Isso tudo está
relacionado à recepção de turistas para a Copa e para o futuro.
TELECOMUNICAÇÕES
Investimento
de R$ 404 milhões – R$ 233 milhões da Telebras e R$ 171 milhões da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – para modernização das
telecomunicações, especialmente implantação da tecnologia 4G, que é dez
vezes mais rápida que a atual, nas 12 cidades-sede. A utilização de
redes de internet sem fio (WIFI) no interior dos estádios dependerá de
negociações privadas entre as operadoras de telefonia e as
administrações dos estádios.
TURISMO
Não
há oportunidade maior para a atração de turistas estrangeiros do que
uma exitosa Copa do Mundo. Seiscentos mil estrangeiros compraram
ingressos para os jogos. Eles virão ao Brasil, desfrutarão da
hospitalidade brasileira, voltarão para seu país e serão, no
boca-a-boca, propagandistas das nossas outras virtudes, não apenas do
nosso futebol.
A
ideia é mostrar a diversidade cultural, as belezas naturais, a harmonia
étnica e religiosa do brasileiro, do respeito ao meio ambiente, do
exercício pleno da democracia comprovada nas ruas pela liberdade de
expressão e manifestação. O governo brasileiro estima que 3 bilhões de
pessoas em todo o mundo assistirão à Copa pela televisão.
O
potencial da mensagem é que eles serão nossos turistas no futuro. Para
receber bem os visitantes de hoje e já instalar a infraestrutura para
recepcionar os futuros, o governo investiu R$ 196 milhões nas
cidades-sede da Copa, com a implantação de modernos Centros de
Atendimento ao Turista, sinalização e acessibilidade.
BNC Copa do Mundo