Pode estar acontecendo algo inédito no braço maranhense do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Para quem conhece minimamente o
funcionamento do partido do ponto de vita da sua doutrinas e princípios
percebe algo de estranho no ar, e o caso recente envolvendo a vereadora
Rose Sales (reveja) pode dar uma pista sobre o momento atual por que passa o comunismo do Brasil no nosso estado.
O PCdoB é orientado pelo princípio
leninista do centralismo democrático. Nos documentos do PCdoB
encontra-se a definição do que é o centralismo democrático. Vejamos:
“O centralismo democrático,
espinha dorsal da estrutura partidária, é um princípio organizativo e um
dos principais elementos na formação ideológica do militante comunista.
É uma das principais armas do proletariado na luta pela conquista do
poder político e posteriormente para a consolidação da ditadura do
proletariado. Não é por acaso que todos os que se opõem a esses
objetivos da classe operária atacam raivosamente o centralismo
democrático e tudo fazem para destruí-lo. Para funcionar bem e dirigir
as massas de acordo com um plano, o Partido deve estar organizado sobre a
base do centralismo, com estatutos únicos, com uma disciplina
partidária igual para todos, com um só órgão de direção à frente, a
saber: o Congresso do Partido e, nos intervalos entre congresso e
congresso, o Comitê Central, com a submissão da minoria à maioria, das
diferentes organizações inferiores às superiores. Sem ajustar-se a estas
condições, o Partido da classe operária não pode ser um verdadeiro
partido nem cumprir com seus deveres de direção do proletariado.” (Resolução do 6º Congresso Nacional).
Numa palavra: a concepção de construção
partidária do PCdoB não cabe divisionismos e muito menos formação de
correntes internas como, por exemplo, acontece no PT.
Ocorre que desde que Flávio Dino chegou
no PCdoB, o partido abriu-se muito a ponto de filiar pessoas que nunca
sequer viram uma foto de Marx, Engels ou Lênin, pois o inchaço do
partido é parte da estratégia para o pré-candidato a governador ganhar
capilaridade no Maranhão afora.
O Blog do Robert Lobato
apurou que essa crise envolvendo a vereadora Rose Sales é apenas a
ponta do iceberg na crise de concepção que estaria tomando conta do
PCdoB maranhense, onde de um lado está os dinistas e do outro lado os
dirigentes e militantes mais históricos que não aceitam o direcionamento
dado ao partido.
O dinistas querem e trabalham pela
eleição de Rubens Pereira Júnior para deputado federal, já a maioria dos
históricos prefere apostar na candidatura de Rose Sales para ocupar uma
das 18 vagas na Câmara dos Deputados.
Mas não é só isso.
O PMDB E SARNEY
Outro ponto polêmico que tem dividido os
comunistas do PCdoB no Maranhão é a postura considerada “apolítica” que
os dinistas têm demonstrado em relação ao PMDB e ao Sarney.
Não que os chamados históricos sejam
favoráveis a uma aliança local entre comunistas e peemedebistas, mas,
segundo informações que chegaram ao Blog do Robert Lobato,
o PCdoB não costuma fazer com que as questões políticas locais se
sobreponham às nacionais, ou seja, no entendimento de dirigentes graúdos
do Comitê Central, o PMDB e o Sarney são aliados do projeto nacional
ora em curso no país o qual os comunistas apoiam incondicionalmente.
Outro dado importante apurado por Bob Lobato
diz respeito ao próprio relacionamento de Flávio Dino com o presidente
nacional Renato Rabelo. O comunista maranhense não teria aval para fazer
tudo o que deseja no estado e alguns casos tem levado até puxão de
orelha do comando nacional, em São Paulo.
O
presidente do Comitê Estadual do PCdoB, Márcio Jerry (petista até 2008),
em resposta a um comentário feito pelo blogueiro no Twitter sobre essa
questão de formação de correntes no partido, afirmou: “Não há absolutamente nenhuma corrente no PCdoB. Somos radicalmente democráticos, mas somos também radicalmente unidos”.
Fonte: Blog Robert Lobato
BNC Eleições 2014