Rio de Janeiro (9 de junho de 2014) - Entrevista concedida à equipe do Centro Aberto de Mídia (CAM) João Saldanha, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.
CAM - Qual é a expectativa do Governo Federal em relação à Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014?
Ministro Aldo Rebelo
- O Brasil vai realizar a Copa do Mundo com a mais elevada expectativa,
em razão de ter se preparado para este momento, de ser o país que o
mundo observa com a esperança de encontrar soluções para dilemas até
hoje não resolvidos: a luta contra o preconceito, a luta contra o
racismo, a luta contra o ódio religioso, contra o ódio étnico e contra o
ódio nacional. Por essa razão é que esta Copa também está sendo chamada
de “Copa da Paz” e de “Copa Contra o Preconceito e Contra o Racismo”.
CAM - O Mundial no Brasil está sendo chamado de “Copa das Copas”. Como a Copa no Brasil será diferente das outras?
Ministro Aldo Rebelo
- É a “Copa das Copas” porque o Brasil é o único país do mundo que
participou de todas as Copas. Este será nosso vigésimo Mundial. Já
organizamos um em 1950 e agora o organizamos pela segunda vez. Ajudamos a
tornar o futebol um esporte universal e o mais popular do planeta.
Temos os maiores ídolos; ganhamos cinco vezes a Copa; temos o maior
artilheiro de todas as Copas. Reunimos os ingredientes que tornaram o
futebol, mais do que um esporte, uma plataforma de promoção social para
os jovens, para os pobres, para os negros, para os mestiços. O futebol
no Brasil é um fator de identidade do País. Então, a Copa do Mundo
realizada neste País tem tudo para ser a “Copa das Copas”.
CAM - O que o Brasil ganha ao realizar grandes eventos como a Copa do Mundo?
Ministro Aldo Rebelo
- Ganha projeção geopolítica, reconhecimento, visibilidade; e ganha
sobretudo a possibilidade de universalizar e democratizar a prática do
esporte no País.
CAM - Os investimentos feitos pelo País para a realização do Mundial valeram a pena? O que fica para a população?
Ministro Aldo Rebelo
- Os investimentos podem ser divididos em dois segmentos. Um deles é a
construção dos estádios, que não têm dinheiro do governo federal a não
ser empréstimos concedidos pelo BNDES mediante todas as garantias
exigidas de qualquer tomador. Os outros investimentos são em mobilidade
urbana, a maioria de obras já previstas no Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) que foram antecipadas para permitir que a Copa do
Mundo fosse realizada sob melhores condições. São investimentos em torno
de R$ 17 bilhões nas 12 cidades-sede desde 2007 até os dias de hoje. E
as obras que não foram entregues continuarão sendo executadas até o fim
do ano ou quando puderem ser concluídas.
CAM - Mais alguma mensagem que gostaria de transmitir antes do início da Copa?
Ministro Aldo Rebelo
– A mensagem é de que o País vai oferecer na Copa do Mundo não apenas
as condições materiais para a realização de um grande evento, mas acima
de tudo oferecer a forma calorosa como o povo brasileiro recebe os
visitantes, recebe os estrangeiros. Acho que todos os que nos visitarão
durante a Copa poderão testemunhar esse traço e essa característica do
nosso povo.