São Luis - O projeto
Justiça nos Bairros da Corregedoria da Justiça do Maranhão está se fortalecendo
como um instrumento de promoção da paz e da justiça social. Com um propósito
inclusivo e integrador, no qual o cidadão é convidado a compartilhar práticas
que vão melhorar sua realidade, o projeto teve mais uma edição realizada no Bairro
Recanto Universitário, na cidade de imperatriz. As ações aconteceram nesta
quarta e quinta feira 29 e 30.
No primeiro
dia de trabalho o somatório de esforços de parceiros, com destaque para o
Executivo municipal por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, o Justiça
nos Bairros promoveu ações nas áreas de saúde, educação, atendimento jurídico,
entretenimento, dentre outras. Incluindo o casamento comunitário desta quinta,
estima-se que o público atendido ultrapasse 4 mil pessoas, todas moradoras da
região.
A
corregedora da Justiça, desembargadora Nelma Sarney, destacou que este é um
projeto revolucionário que constrói justiça juntamente com os cidadãos. Ela
também enfatizou o empenho dos juízes da comarca de Imperatriz. "Um
projeto desta magnitude não pode acontecer sem o comprometimento de magistrados
que tem amor ao seu trabalho. Somente com muita dedicação é possível avançar e
ir além da prestação jurisdicional e promover a oportunidade de acesso a serviços
sociais", afirmou.
De acordo
com a juíza Ana Beatriz, titular da 2ª Vara Cível e coordenadora do projeto em
Imperatriz, o Justiça nos Bairros empodera o cidadão, pois é desenvolvido
dentro de uma lógica participativa, com base na construção de relacionamentos.
Com a
finalidade de levar ao conhecimento das mulheres locais informações sobre os
direitos da mulher e sobre a Lei Maria da Penha, a juíza Ana Paula Araújo,
titular da Vara da Mulher de Imperatriz, presidiu a palestra voltada para o
público feminino. Cerca de 60 mulheres participaram deste momento, que também
contou com a colaboração do Centro de Referência e Assistência Social (Cras).
A
coordenadora do Cras, Camila Gomes, avaliou como positiva a iniciativa e disse
ter ficado surpresa porque as pessoas desconheciam qualquer informação sobre a
Lei Maria da Penha. “A ação é muito positiva e deve ocorrer com mais frequência
porque as pessoas precisam de orientação. São cidadãos que estão às margens da
sociedade e se sentem discriminadas. Essa iniciativa precisa ser levada a mais
comunidades, inclusive da zona rural”, avaliou.
Conciliação
– Apesar desta edição do projeto não destinar parte da programação para a prática
da conciliação, muitos cidadãos compareceram e manifestaram o desejo de
realizar acordos extrajudiciais. Ao todo foram realizados 10 acordos, que
seguirão para validação do juiz.
A
comunidade – Localizado na região periférica de Imperatriz, o Bairro Recanto
Universitário é resultado do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). A
comunidade é carente em áreas como saneamento básico, calçamento das ruas, saúde,
transporte e lazer, mas dispõe de uma ampla escola e um Cras com infraestrutura
física adequada para o atendimento das cerca de duas mil pessoas que moram no
local.