14 de julho de 2011

Entrada do Brasil no ESO gera debate na reunião da SBPC

O Brasil quer se tornar membro do Observatório Europeu do Sul (ESO) e a comunidade científica está dividida. Uma parte acha que será um avanço, a outra, que será apenas uma forma de se endividar. O acordo de adesão foi assinado no ano passado pelo então ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e ainda precisa ser aprovado no Congresso. O investimento é alto, são 256 milhões de euros (R$ 570 milhões) em dez anos que vão dar permitir que pesquisadores brasileiros observem o universo por 36 noites ao ano a partir dos equipamentos do ESO.

Um investimento desta categoria gerou uma mesa redonda na 63ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que acontece nesta semana em Goiânia. Para os que defendem que o Brasil faça tal investimento, o argumento está no fato de o equipamento atender a todos os tipos de pesquisa em astronomia e estar na vanguarda deste tipo de tecnologia. Veja uma montagem de imagens da Via Láctea feita com imagens do Very Large Telescope.

A grande qualidade do ESO é a larga quantidade de equipamentos ao alcance de todos os astrônomos brasileiros. O Gemini tem equipamentos em vermelho, não atende mais da metade da comunidade de astrônomos brasileiros”, disse Kepler de Oliveira, astrônomo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Hoje o Brasil tem acesso a dois telescópios, o Gemini e o Soar. O gasto é de 30 milhões de dólares (R$ 47 milhões) em 18 anos, mas atendem apenas astrônomos que trabalham com óptica de infravermelho.

O ESO está em três áreas do deserto do Atacama do Chile, é o que há de mais moderno em equipamentos astronômicos. Duas áreas trabalham com óptica de infravermelho e outra com rádioastronomia. O complexo também conta com VLT (Very Large Telescope), um conjunto de quatro telescópios com 8,2 metros de diâmetro e mais quatro auxiliares de 1,8 metro. Há ainda uma quarta área sendo construída, onde estará o maior telescópio do mundo, o E-ELT com 42 metros de diâmetro.

BNC Ciência

Nenhum comentário:

Postar um comentário

quero comentar