“Estamos inaugurando só a estrada, porque o hospital não existe. É uma miragem”. Foi neste tom de deboche que Ricardo Murad e Roseana Sarney entregaram o 2º dos 72 hospitais prometidos para o fim do ano passado, equipados e funcionando.
A governadora e o napoleônico e gesticulaste secretário de saúde se comportam como se estivessem fazendo um grande favor ao Maranhão, quando na verdade ainda têm um débito de 70 hospitais com a população do estado.
O débito, no caso, não diz respeito apenas à entrega dos prédios, mas sim de um sistema de saúde que funcione e garanta a operação das unidades de saúde que estão sendo entregues.
Agora, com o prédio pronto, o hospital de Paulino Neves caminha para ter o mesmo destino da unidade de Lago do Rodrigues – quase fechada por falta de médicos e equipamentos.
O Governo do Estado impôs que a administração dos hospitais do “Saúde é Vida” deve ficar a cargo dos municípios nos quais eles estão instalados. O problema é que os municípios – na sua grande maioria – não terão condições para custear a operação dos hospitais. Muitos deles podem até fechar em até 30 dias, conforme depoimento do prefeito de Paulino Neves, Raimundo Fialho.
Os frutos dos R$ 500 milhões investidos no megalomaníaco e, provavelmente, ineficiente projeto dos 72 hospitais começam a aparecer agora. Mas não há motivos para alegria e nem para ironia. As “miragens” podem se converter em verdadeiros elefantes brancos espalhados pelo interior do Maranhão. É só uma questão de tempo.
Fonte: Marrapá
BNC Saúde