Em um ambiente de total blindagem preparado pela base aliada, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, vai ao Congresso nesta quinta-feira dar explicações sobre as acusações que vem enfrentando nas últimas semanas.
A expectativa dos governistas é que com o depoimento seja encerrado o ciclo de desgaste do ministro. A oposição, que tem apenas quatro dos 25 integrantes da comissão representativa, pretende pressionar Bezerra, mas já direciona suas esperanças para o Ministério Público.
O ministro entrou no turbilhão de denúncias após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que sua pasta gastou 90% dos recursos para prevenção de desastres em Pernambuco, base eleitoral de Bezerra, que tem como governador Eduardo Campos, presidente do PSB. Em sua defesa, o ministro afirmou que Pernambuco não poderia ser discriminado.
A utilização de uma brecha na legislação para manter o irmão Clementino Coelho por quase um ano à frente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) também gerou incômodo, assim como a designação de outros parentes para funções na Integração. O ministério destaca que os casos não estão enquadrados no decreto presidencial que regulamenta o combate ao nepotismo.
A paralisia nas obras da transposição do rio São Francisco, mostrada em dezembro passado pelo Estadão, e uma tentativa do ministério de retirar dinheiro da obra, também devem gerar questionamentos. Da mesma forma, há questionamentos do Ministério Público quanto à atuação de Bezerra quando era prefeito de Petrolina.
BNC Politica