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26 de dezembro de 2013

Mais de 100 índios buscam refúgio em quartel do Exército após serem alvo de protestos em AM

Barco incendiado em protesto contra desaparecimentos é consumido pelo fogo em Humaitá
 Um grupo de aproximadamente 130 indígenas está sob a proteção do Exército Brasileiro no município amazonense de Humaitá (a 675 km de Manaus).

O grupo buscou refúgio no quartel do 54. Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) após mais de três mil pessoas terem realizado protestos contra os indígenas e queimado a sede da Funai no município na noite da última quarta-feira (25).

O clima na área é de tensão, e prefeitos de três municípios estão em Porto Velho para uma reunião com a superintendência da Polícia Federal. Não há informações sobre mortos ou feridos durante o tumulto.

Os protestos em Humaitá começaram na tarde da última terça-feira (24), quando familiares dos desaparecidos interditaram o acesso a uma balsa que atravessa o rio Madeira, na orla de Humaitá. A situação se agravou na noite da última quarta-feira (25), quando um grupo de não-indígenas incendiou a sede da Funai, além de barcos e carros que prestam assistência aos índios.

O quebra-quebra teria sido uma resposta ao desaparecimento de três pessoas ocorrido dentro da Terra Indígena Tenharim, que abrange os municípios de Humaitá, Apuí e Manicoré e que é cortada pela rodovia BR 230, a Transamazônica.

De acordo com a Funai, os indígenas refugiados no quartel do Exército são de várias etnias e estavam na área urbana da cidade quando os protestos começaram. O órgão afirmou que  deverá se enviar uma missão ao local para avaliar os estragos causados pelos protestos.

Terra Indígena Tenharim engloba três cidades do interior do AM

Ainda segundo a Funai, os indígenas estão recebendo assistência médica e alimentação fornecidas pelo Exército.

De acordo com o prefeito de Humaitá, José Cidenei Lobo do Nascimento,  o grupo de indígenas ficou com medo da violência causada pelos manifestantes.

"Eles ficaram com medo e fugiram pra lá. Agora, a situação está mais calma, mas eles ainda devem estar com medo", disse o prefeito.

A assessoria de comunicação do Comando Militar da Amazônia (CMA) confirmou a proteção oferecida aos indígenas, mas não comentou o assunto.

BNC Norte

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