São Luis - A
deputada Eliziane Gama (PPS) ocupou na tarde desta segunda-feira (31) a tribuna da Assembleia Legislativa, para contestar o resultado de uma pesquisa do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada na última
quinta-feira (27), revelando números inquietantes e preocupantes com relação à
violência contra as mulheres no Brasil.
De
acordo com a pesquisa, 65,1% dos entrevistados homens e mulheres concordam com
a afirmação: mulheres que usam roupas que mostram o corpo devem ser atacadas.
Apenas 25% discordam totalmente. Já 58% concordam com a afirmação de que se as
mulheres soubessem como se comportar haveria menos estupros.
Para
a deputada os números causam indignação e é motivo de reflexão. “A pesquisa é a
reflexão real do que infelizmente é a mulher no inconsciente da população ainda
patriarcal no Brasil”, enfatizou.
Eliziane
Gama comentou que até a década de 30, no Brasil se afirmava pela maioria da
população que a mulher não tinha direito a votar, não tinha direito à
cidadania, não tinha direito a ser votada. Segundo ela, só depois de uma luta
grande de várias mulheres no Brasil, dentre elas Berta Lutes,
conseguiu-se romper essa forma discriminatória em relação à mulher no
Brasil.
Na
avaliação da parlamentar, só depois da instituição da Lei Maria da Penha,
que sofreu por 20 anos sendo agredida pelo próprio marido e ficou numa cadeira
de rodas, temos uma lei que proíbe agressão contra as mulheres. “Infelizmente,
em 2014, temos uma pesquisa onde mais da metade da população acha que a
mulher é culpada por estar sendo estuprada”, lamenta a deputada.
Parlamento Estadual