3 de março de 2014

Forças russas controlam Crimeia; Kerry viaja para Kiev na terça 45

Kiev - As forças russas já têm sob seu controle a península da Crimeia, região autônoma no sul da Ucrânia, segundo informaram neste domingo (2) funcionários do governo norte-americano.

Numa tentativa de buscar uma solução diplomática para a crise ucraniana, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, deve chegar em Kiev na próxima terça-feira (4) para oferecer seu apoio aos novos líderes interinos.

"O secretário viajará a Kiev. Estará lá na terça-feira", disse um alto funcionário da administração norte-americana, acrescentando que forças russas estão, "atualmente, em completo controle operacional na península da Crimeia".

O novo primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, declarou que o país está "à beira de um desastre" após a "declaração de guerra" feita pela Rússia. "É o alerta vermelho. Não é uma ameaça, é, na verdade, uma declaração de guerra ao meu país", disse o premiê.

O governo dos Estados Unidos reiterou neste domingo sua disposição em cooperar com a Rússia na busca de uma solução diplomática para a crise da Ucrânia, mas advertiu ao governo russo que a invasão da Crimeia pode custar sanções e o isolamento internacional.

A Alemanha também está empenhada nas negociações com o governo russo para encontrar uma saída para a crise. Segundo comunicado oficial, a chanceler alemã, Angela Merkel, conversou por telefone neste domingo com o presidente russo, Vladimir Putin, que teria aceitado a proposta de iniciar "imediatamente" um diálogo político com a Ucrânia.

Mais cedo, o secretário de Estado americano havia classificado a ação russa na Crimeia como "um ato descarado de agressão" e ameaçou o governo de Putin com sanções.

"Os Estados Unidos continuam suas consultas com aliados e parceiros em todas as partes do mundo e estão dispostos a impor sanções, a ir até o extremo para isolar à Rússia devido a esta invasão", disse.

"É uma violação da lei internacional e uma violação da Carta das Nações Unidas", sustentou Kerry, que apareceu em quase todos os programas dominicais de televisão. "É uma ação do século 19 que põe em dúvida a capacidade da Rússia de viver no mundo moderno."

Kerry ressaltou que, "se a Rússia quer seguir sendo membro do Grupo dos 8, deve se comportar como um membro do Grupo dos 8", e acrescentou que o governo dos EUA considera a possibilidade de declarar um boicote à cúpula da entidade, programada para junho na cidade russa de Sochi.

Tanto Kerry quanto o chefe do Pentágono, Chuck Hagel, entrevistados pelo programa "Face the Nation" da rede "CBS", disseram que o presidente Barack Obama mantém abertas todas as opções.

Ingresso na Otan

A Ucrânia, da mesma forma que Geórgia, país invadido pela Rússia em 2008, expressou interesse em se incorporar à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e tem fronteiras com a Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia, todos membros da aliança.

Uma base aérea temporária americana na Romênia, que servirá como ponto principal para as forças norte-americanas que saem do Afeganistão, alcançou oficialmente sua capacidade operacional plena na sexta-feira passada, segundo informaram fontes militares.

Desde 2 de fevereiro, 6.000 soldados americanos passaram pela Base Mihail Kogalniceanu, 40 quilômetros ao noroeste da cidade de Constanta, sobre o Mar Negro. A base desempenha o papel que durante muito tempo foi do Centro de Passagem de Manas, perto de Bisqueque, a capital do Quirguistão.

Os especialistas em assuntos militares consultados pela imprensa americana assinalaram, de forma quase unânime, que os Estados Unidos não têm opções militares reais para responder à ocupação russa da Crimeia.

BNC Mundo

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