São Luis – Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, mulheres
com câncer de mama de origem hereditária têm mais chances de sobreviver
se forem submetidas à cirurgia de retirada de mamas, como confirma o
relatório de estudo publicado pelo British Medical Journal (BMJ). A pesquisa foi realizada com mulheres de idades entre 40 e 59 anos. De
acordo com os resultados da pesquisa, 87 em cada cem mulheres que se
submetem a dupla retirada de mama imediatamente após a detecção precoce
de um câncer de mama continuam vivas 20 anos depois.
No
caso da retirada de apenas um seio, a proporção é de apenas 66 em cada
100, segundo os resultados dos estudos dos cientistas canadenses. O
estudo ainda revela que cerca de 0,2 por cento das mulheres têm duas
mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam entre 60 e 70 por cento
as possibilidades de ter um câncer de mama e favorecem o aparecimento de
um segundo câncer. Todos os anos estas mutações levam várias mulheres a
se submeterem a cirurgias de retirada de mamas para prevenir o câncer,
como é o caso da atriz americana Angelina Jolie, que não tinha câncer
quando foi operada em 2013.
Para
a professora da UFMA, Adriana Reis, precisamos levar em consideração
que as características de organização do sistema de saúde do Canadá são
muito diferentes das vivenciadas no sistema brasileiro. No Brasil, as
dificuldades de acesso dos pacientes continuam sendo grandes. Muitos
tumores ainda são diagnosticados em fase avançada e as taxas de
mortalidades são mais elevadas. “Considero que a diretriz da Sociedade
Brasileira de Mastologia, que indica o rastreamento mamográfico a partir
dos 40 anos, deve ser seguida até que estudos realizados aqui no Brasil
possam indicar o impacto desta medida em nosso território”, disse.
Ocupando
a segunda posição entre os tipos mais frequentes no mundo, o câncer de
mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22 por cento dos
novos casos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o
prognóstico é relativamente bom, conforme os dados do Instituto Nacional
do Câncer (INCA). São considerados fatores de risco para o diagnóstico
da doença o histórico familiar, a obesidade e o sedentarismo, segundo a
Sociedade Brasileira de Mastologia.
Relativamente
raro antes dos 35 anos, sua incidência cresce rápida e progressivamente
acima desta faixa etária. Estatísticas indicam aumento de sua
incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em
desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas
décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de dez vezes nas taxas de
incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base
Populacional de diversos continentes.
Segundo
o Instituto Nacional do Câncer (INCA) no Brasil, as taxas de
mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente
porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na
população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%. Em 2012, o
número de mortes foi 13.345, sendo 120 homens e 13 mil e 225 mulheres.
No Maranhão foram registrados 460 novos casos de câncer de mama, em
mulheres, no ano de 2012. Sendo 190 deles na capital. Ainda segundo os
dados do INCA, a estimativa é de 57.120 casos de câncer para 2014 no
Brasil.
Fonte: ASCOM/UFMA
BNC Mulher