Grande Ilha - Líder do Partido Republicano Progressista (PRP) já em seu primeiro
mandato na Câmara dos Deputados, o deputado federal Juscelino Rezende Filho
(MA), tem 30 anos e defende que a reforma política seja prioridade para o
partido.
Segundo ele, os partidos pequenos não vão aceitar ser atropelados pelas
grandes agremiações: “Estamos brigando já para que todos os partidos tenham
representantes nessa comissão especial [da reforma política] e que não fique
nenhum de fora”.
O parlamentar destacou a criação de um bloco formado por legendas com
poucos deputados e que deverá ser formalizado até depois do carnaval.
Quais são as perspectivas deste ano que se inicia?
A gente chega à Casa com muitos sonhos, muita vontade, assim como os
demais colegas do partido. O PRP vem com uma bancada nova, com muita vontade de
fazer uma política diferente. Como a gente vê, o político está com uma
credibilidade baixa. A política em si está com a credibilidade baixa, então a
gente tem que resgatar o valor do parlamentar, o valor que ele conduz essa casa
legislativa. Nós temos uma obrigação com o Brasil. Então, temos uma perspectiva
muito boa. Queremos discutir a reforma política. Acho que esse momento é
essencial e a Casa começou os trabalhos “pegando fogo”. E o PRP vai estar nessa
discussão junto com os demais partidos. Nós que representamos um partido
pequeno, estamos nos unindo para não sermos atropelados pelos demais partidos.
Este ano será um ano de muitos embates. Também é um ano que vamos acompanhar a
crise da Petrobras e que vai ter uma repercussão muito grande aqui no Congresso
Nacional. Então o PRP vai procurar ter uma conduta independente nesse momento,
mas participando de forma ativa nesses debates.
Como fica a relação do PRP com o governo?
O PRP vai iniciar essa legislatura com uma postura independente, até
mesmo porque nós estamos na formação de um bloco, estamos unidos com os
partidos pequenos. Somos sete legendas unidas. Estamos formando um bloco para
atuação parlamentar que pode chegar a oito legendas e facilitar nossa atuação
na casa. O PRP tem hoje três parlamentares. Estamos nos unindo com outros
partidos com dois, um, quatro, três deputados e vamos fazer uma bancada com um
bloco para termos votos, força e voz para sermos escutados pelas grandes
legendas. Essa é a composição que estamos desenhando hoje nesse momento. Mas a
postura do bloco é de independência, mas com as portas abertas para ouvir o
governo e a oposição nesse primeiro momento.
Existe consenso dentro do partido sobre as medidas provisórias enviadas
pela presidente Dilma?
Ainda não tem consenso dentro do partido, ainda estamos em discussão.
Como ainda estamos discutindo a formação desse bloco parlamentar, essa questão
vai ser discutida dentro do bloco. O PRP não vai assumir uma postura do
partido. Nesse momento, todos os partidos estão com seus líderes. A partir da
próxima semana ou depois do carnaval, o líder desse bloco vai conduzir os
trabalhos e vamos discutir em bloco. É um assunto complexo, assim como a
própria reforma política, que vamos debater durante este ano. Então, não temos
um consenso em relação a essas MPs neste momento.
Quais são os
projetos prioritários do PRP para 2015?
O principal é nos
defender. A reforma política está aí e como a gente vê estão querendo colocar
em discussão para não ir para a CCJ, e para os grandes partidos poderem formar
uma comissão especial sem que os pequenos tenham voz. Estamos brigando para que
todos os partidos tenham representantes nessa comissão especial e que não fique
nenhum de fora. Esse tema vai ser fundamental, porque existe a cláusula de
barreiras dentro da PEC (352/13) que atinge os pequenos partidos que podem
deixar de existir. Nesse momento, o partido quer ter a voz, quer se defender junto
com as demais legendas. É muito fácil ser um grande partido e ter um grande
fundo partidário para ter uma grande bancada. Agora, o pequeno partido com um
fundo partidário pequeno, também deve ser respeitado, ser ouvido. Os grande
partidos não podem passar em cima de tudo. Esse é o principal tema que, não só
o PRP, mas as pequenas legendas vão discutir nesta legislatura.
BNC Brasília