26 de março de 2015

IBGE mostra que 7,4 mi de brasileiros estudam ou trabalham fora da cidade em que residem

Brasília - Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que em todo o Brasil, 7,4 milhões de pessoas se deslocam para cidades vizinhas de onde moram para trabalhar ou estudar. A pesquisa foi baseada no Censo de 2010, sobre concentrações urbanas e arranjos populacionais.

Segundo o IBGE, os arranjos populacionais se formam principalmente por motivos econômicos, já que, em geral, habitantes de cidades menores e mais pobres buscam alternativas de emprego e estudo em vizinhos. Há ainda situações em que a causa da formação do arranjo é política, no caso de cidades que são separadas, mas mantêm ligação histórica como se ainda fossem uma só.

O estudo aponta que mais da metade da população no Brasil (55,9%) residia, em 2010, em cidades que formavam os arranjos populacionais, ou seja, agrupamentos de duas ou mais cidades com forte integração populacional, devido aos movimentos para trabalho ou estudo. Isso representava 106,8 milhões de pessoas em 294 arranjos, formados por 938 cidades. Deslocavam-se, entre os municípios do próprio arranjo a que pertencem, 7,4 milhões de pessoas, por motivo de trabalho e/ou estudo. Levando-se em conta que 27 arranjos são formados também por unidades político-administrativas em outros países, o número de residentes totalizava 107,7 milhões.

O levantamento expõe, ainda, o Sudeste com o maior número de arranjos (112), que englobam 72,0% da população da Região (57,8 milhões) e o Norte com o menor número (17), envolvendo 23,5% da população local (3,7 milhões). Manaus (AM), Campo Grande (MS) e Palmas (TO) são as únicas capitais estaduais que não formam arranjos populacionais. As cinco maiores concentrações urbanas eram “São Paulo/SP” (19,6 milhões de habitantes), “Rio de Janeiro/RJ” (11,9 milhões), “Belo Horizonte/MG” (4,7 milhões), “Recife/PE” (3,7 milhões) e “Porto Alegre/RS” (3,6 milhões).

As concentrações urbanas se caracterizam por forte deslocamento para trabalho e estudo entre seus cidades. Nas duas maiores, os deslocamentos envolvem mais de 1 milhão de pessoas. É o caso de São Paulo (SP), com 1.752.655 pessoas se deslocando entre seus municípios, e do Rio de Janeiro (RJ), com 1.073.831. Os maiores fluxos ocorrem entre as cidades de Guarulhos (SP) e São Paulo (SP), Niterói (RJ) e São Gonçalo (RJ), Duque de Caxias (RJ) e Rio de Janeiro (RJ) e entre Osasco (SP) e a capital paulista. Os arranjos de “Goiânia/GO” e “Brasília/DF” representam um fluxo de 8,8 mil pessoas.

O IBGE não encontrou arranjos populacionais apenas em grandes regiões metropolitanas do País. Alguns deles sequer chegam a 10 mil pessoas, como é o caso de Serranos-Seritinga, em Minas Gerais, que tem população de 3,8 mil habitantes. Segundo o pesquisador do IBGE Maurício Gonçalves e Silva, o estudo é uma importante fonte de informação para o planejamento de políticas públicas conjuntas e de investimentos privados.

“É mais um estudo que vem adicionar conhecimento do território, podendo ajudar na parte da mobilidade, educação, de bens e serviços. Os grandes espaços urbanos geralmente já têm muitos estudos, então esse trabalho vem complementar. Mas o mais importante é dar essa visibilidade para pequenas e médias cidades, que não têm estudos como esse”, disse Silva.

Fontes: Portal Brasil
BNC Cidadania

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