6 de maio de 2011

Inflação: IPCA sobe menos em abril, mas rompe meta em 12 meses

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) contrariou as expectativas do mercado e desacelerou levemente em abril, mas a taxa em 12 meses rompeu o teto da meta pela primeira vez em quase seis anos.

O IPCA subiu 0,77 por cento em abril, após alta de 0,79 por cento em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

A taxa em 12 meses acelerou a alta para 6,51 por cento, ante 6,30 por cento em março, rompendo o teto da meta perseguida pelo governo, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. É a primeira vez desde junho de 2005 em que a taxa em 12 meses supera o teto da meta do ano.

Analistas ouvidos pela Reuters previam para abril leitura de 0,84 por cento, segundo mediana de 20 estimativas que ficaram entre 0,66 e 0,91 por cento, e avanço de 6,58 por cento em 12 meses.

Há a perspectiva de uma leve desaceleração da taxa em 12 meses nos próximos meses, com o mercado prevendo uma inflação neste ano de 6,34 por cento, segundo pesquisa Focus. Ainda é um patamar elevado, mas ficaria dentro da margem de tolerância da meta.

Em meio a esse cenário de inflação pressionada, o governo vem tomando medidas nos lados monetário e fiscal. No mês passado, o Banco Central diminuiu o ritmo da alta do juro, para 0,25 ponto percentual, mas disse ver um aperto por um período "suficientemente longo", levando o mercado a prever mais elevações do que o anteriormente estimado.

O mercado, no entanto, não descarta totalmente a possibilidade de a inflação deste ano superar o teto de 6,5 por cento. A última vez em que isso ocorreu foi em 2002, quando a inflação foi de 12,53 por cento e o teto era de 5,5 por cento. Em 2003 e 2004 a meta teve que ser ajustada para cima para evitar novos rompimentos.

No ano, o IPCA acumulou até abril elevação de 3,23 por cento.

BNC Economia

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