20 de setembro de 2013

Desistência de quatro gigantes frustra ANP e esvazia leilão do pré-sal

A desistência de quatro gigantes do setor petroleiro do leilão do pré-sal surpreendeu o Planalto e a ANP (Agência Nacional do Petróleo), que previam uma disputa mais acirrada, com cerca de 40 empresas, e não apenas as 11 que acabaram se inscrevendo. 


Na lista final, seis são estatais --duas da China. Outra chinesa está associada à espanhola Repsol e, na Petrogal, à portuguesa Galp. Entre as grandes privadas, só figuram Shell (Reino Unido-Holanda) e Total (França). 


Para a China, o mais importante é mover a sua indústria manufatureira. Ou seja, seu foco é exportar produtos de maior valor e usar commodities importadas, como petróleo e minério de ferro. 


Para analistas, o acesso ao petróleo é ainda uma questão geopolítica e de garantia de suprimento externo que talvez seja fundamental apenas para a China. Um sinal de interesse pela participação das chinesas foi a visita recente de Graça Foster ao país. 


Segundo executivos do setor, o formato do leilão e as regras do modelo de partilha afastaram empresas que já tinham foco em outros países, como BP e Exxon. 


No campo regulatório, a incerteza maior é em relação à entrega do óleo à nova estatal do pré-sal (a PPSA), que vai cuidar de todos os contratos de partilha de produção, definindo o que pode ser abatido como custo operacional do óleo e ser entregue a ela. 


Outro ponto, dizem, é a imposição da Petrobras como sócia obrigatória com 30% de participação e operadora do campo --ou seja, responsável por todas as contratações de pessoal, equipamento, prazos de exploração etc. 


Para David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da ANP, o pré-sal perdeu atratividade por outros motivos, como o menor grau de dependência de países como EUA --que descobriram grande reservas de gás de xisto e será autossuficiente em poucos anos. "O petróleo já não é tão estratégico com o era há dez anos." 

BNC Energia

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