Vaticano - O papa Francisco substituiu parte da comissão de cardeais que
supervisiona o Instituto de Obras da Religião, o banco do Vaticano,
incluindo o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. De acordo com o
que o Vaticano informou nesta quarta-feira, os quatro novos membros já
foram indicados pelo pontífice.
Além de Scherer, foram retirados o indiano Telesphore Toppo e os
italianos Domenico Calcagno e Tarcisio Bertone, ex-secretário de Estado
do Vaticano que foi muito criticado por sua gestão da Cúria Romana.
Apenas o francês Jean-Louis Tauran continuará no grupo, nomeado por
Bento 16 em fevereiro de 2013.
Os substitutos são o atual secretário de Estado do Vaticano, o italiano
Pietro Parolin, o austríaco Chrstoph Schönborn, o canadense Thomas
Christopher Collins e o espanhol Santos Abril y Castelló. A previsão
inicial é que eles permaneçam no cargo pelos próximos cinco anos.
A comissão tem como objetivo acompanhar todas as movimentações
financeiras do IOR, que já foi alvo de investigações por suposta lavagem
de dinheiro. Os casos de corrupção foram colocados como prioridade por
Francisco ao reformar o banco.
Dentre as mudanças, estão o endurecimento de penas para corrupção e
crimes financeiros e a colaboração com a Justiça italiana para
investigar as irregularidades. O Vaticano ainda contratou auditorias
internacionais para verificar as contas do Instituto das Obras da
Religião.
Em meio às reformas, também foi afastado em julho o ex-responsável pela
Administração do Patrimônio da Sede Apostólica, Nunzio Scarano, acusado
de lavar € 20 milhões (R$ 56 milhões) em 2012 em transações com bancos
da Itália e da Suíça.
Durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho, o papa disse que sua
intenção é transformar o banco em uma instituição "honesta e
transparente". "Alguns acham melhor que seja um banco, outros que seja
um fundo, uma instituição de ajuda. Eu não sei. Eu confio no trabalho
das pessoas que estão trabalhando sobre isso", disse, em referência à
comissão de cardeais.
BNC Religião