Santa Luzia do Paruá - Em
um período de 6 meses, essa foi a quarta vez que o Povo Ka’apor é
vítima dos madeireiros que invadem as áreas indígenas e agridem
violentamente os índios da região. Neste ataque da última terça-feira
(7), 10 indígenas foram surpreendidos por tiros.
No
dia 07 de janeiro de 2014, por volta das 15:00, nas proximidades da
Aldeia Ximborenda, município de Santa Luzia do Paruá, Maranhão, 10
Ka’apor que realizavam vigilância de seus limites com abertura de
trilhas para facilitar o deslocamento de gestores indígenas, foram
surpreendidos com tiros por parte de madeireiros que permanecem dia e
noite em ramais na retirada ilegal de madeira. Realizam ações que fazem
parte de Projeto de Gestão Territorial e Ambiental Indígena. O grupo
resolveu fazer por iniciativa própria a vigilância e monitoramento de
sua área, haja vista, não contarem com apoio de órgãos fiscalizadores e
com poder de polícia.
Essa
é a quarta vez que, em 06 meses, que o Povo Ka’apor é surpreendido por
agressores (madeireiros) que invadem, agridem violentamente indígenas na
região. Desse grupo, 02 jovens e o cacique da Aldeia foram alvejados
com tiros nas costas, pernas e cabeça. Por conta da distância da aldeia
para a cidade mais próxima, os jovens tiveram que esperar a tarde por
socorro que chegou somente a noite quando foram deslocados para o
Hospital Municipal de Zé Doca onde encontram-se recebendo as atenções
para a retirada de chumbos.
O
cacique atingido permanece na aldeia. Todos ficaram receosos de
registrar Boletim de Ocorrência na Delegacia de Santa Luzia do Paruá
onde suspeitam de envolvimento de policiais com os madeireiros. Pois, há
cerca de 01 mês prenderam 01 madeireiro dentro da área indígena que,
posteriormente, foi solto por autoridades policiais desta Delegacia.
Com
isso, os depoentes ficaram expostos e vulneráveis a agressão. A maioria
dos indígenas estão impossibilitados de circularem em vilas, povoados e
cidades da região temendo novas agressões. Lideranças são
permanentemente seguidas e monitoradas em municípios madeireiros na
região.
Diante
dos fatos recorrentes de violência aos indígenas na região nenhum órgão
público tem tomado as providencias cabíveis para garantir a integridade
física e moral dos indígenas.
BNC Maranhão