Por Juraci Vieira Filho
Por toda a minha vida, Pai…
Já se passaram 2 anos sem o campeão Juracy Vieira, pouco tempo, perto
da imensidão de uma vida inteira que eu, Juraci Vieira da Silva Filho, e
família, teremos que passar sem você Pai, aqui na Terra. Só nos restam
às lembranças, aquelas que vêm e que vão trasladando o amor, o desejo
perene de vê-lo, tocá-lo e beijá-lo, mas é que nem maré, quando vem traz
a memória esfuziante da nossa convivência como: filho, amigo,
companheiro, confidente, pai de 2 netos ( Rafaella e Leonardo),
sobretudo um fã incondicional do homem e profissional exemplar, Juracy
Vieira
.
Ao que me lembro, a história entre eu e papai, começou logo cedo, aos cinco anos de idade, quando pela primeira vez, ele me levou ao estádio Nhozinho Santos para ver um jogo do Maranhão Atlético Clube. Era 1982, me recordo que o MAC ganhou o jogo, e logo passei a simpatizar pelo clube, ora, era o time do meu ídolo também, mas confesso: não foi preciso me pressionar para que eu logo viesse a torcer pelo clube das quatro cores. Entretanto, recordo-me que ficava o tempo todo olhando para cabine, a época da Difusora, o meu querido Juracy Vieira narrando com a mão esquerda, tirando e botando o fone do lado esquerdo do ouvido, achava aquilo impressionante, ver aquela dedicação, vibração e criatividade reluzente, que ele demonstrava com tamanha facilidade pra falar e argumentar. Meu pai era aquele homem que podia se dizer: “nasceu com o dom da palavra”, pois falava fácil, fácil e ainda tinha rima rica, é verdade!
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Ao que me lembro, a história entre eu e papai, começou logo cedo, aos cinco anos de idade, quando pela primeira vez, ele me levou ao estádio Nhozinho Santos para ver um jogo do Maranhão Atlético Clube. Era 1982, me recordo que o MAC ganhou o jogo, e logo passei a simpatizar pelo clube, ora, era o time do meu ídolo também, mas confesso: não foi preciso me pressionar para que eu logo viesse a torcer pelo clube das quatro cores. Entretanto, recordo-me que ficava o tempo todo olhando para cabine, a época da Difusora, o meu querido Juracy Vieira narrando com a mão esquerda, tirando e botando o fone do lado esquerdo do ouvido, achava aquilo impressionante, ver aquela dedicação, vibração e criatividade reluzente, que ele demonstrava com tamanha facilidade pra falar e argumentar. Meu pai era aquele homem que podia se dizer: “nasceu com o dom da palavra”, pois falava fácil, fácil e ainda tinha rima rica, é verdade!
Começava ali uma “página da vida”, porque o filho deixava de ser
apenas uma reprodução humana, para ceder espaço a uma espécie de fã
ardoroso, capaz de pegar os gravadores da equipe de esporte e imaginar
partidas de futebol fictícias para narrar, ou seja, também imitar o meu
pai, que a esta altura, virou minha inspiração. Quantas vezes o meu
velho, Juracy Vieira, não estava tomando sua cerveja gelada no bar do Zé
Luanda, no São Francisco, e ia me buscar na rua 03 casa 656 no mesmo
bairro, para que eu tímido, menino de 8,9,10 anos narrasse ali um jogo
fictício para Zé Santos, Anacleto Araújo, José Carlos Teixeira, Ribamar
Furtado, Carlos Henrique e o também saudoso Adolfo Vieira(tio) pudessem
se deleitar com as minhas travessuras, e por quê não dizer sonho mesmo?
Até que em 1991, aos 14 anos, meu mestre me deu a primeira
oportunidade na equipe 680 e na TV Difusora, também, aí não preciso
dizer mais nada, foram 20 anos juntos formando a inusitada dupla: pai e
filho. Um certo dia, ouvi o irmão Zeca Soares dizer o seguinte: “Eu
fazia faculdade e às vezes não dava para ir ao estádio de futebol, ver o
jogo, mas ligava o rádio e ouvia o Juracy Vieira narrando, pois sabia
justamente onde estava o jogador com a bola”, foi uma das falas mais
bonitas que já ouvi alguém dizer sobre o trabalho de um profissional, o
Zeca tinha razão.
Confesso que, quando meu pai nos deixou cheguei a pensar em não mais
narrar futebol, passei dois meses sem ir a um estádio, mas num belo dia
acordo ou ainda estava dormindo, e de repente, ouvi aquele vozeirão
dizendo: “deixa de ser bobo rapaz, continua tua vida, quem entra nessa
profissão, nem depois de morto para, eu não te preparei para ser mole,
não cara!”
Depois dessa passagem, eu retomei o trabalho e as narrações
esportivas, até mesmo para homenagear o velho, amado pai/mestre Juracy
Vieira, não dava para desobedecê-lo. Este ano, menos de um mês para
completar dois anos do seu falecimento, recebi um e-mail que me chamou
muita atenção, para ser sincero, até me causou arrepios. Aguardava a
confirmação da Rádio Nacional e FIFA para trabalhar na Copa do Mundo do
Brasil, lembro muito bem que pediram-me nome completo, documentos
pessoais e principalmente o nome que era conhecido aqui no Maranhão, o
chamado “nome artístico”, eu naturalmente informei ao coordenador da
Rádio Nacional Rio, Philipe Deschamps, quando agora recebo a confirmação
de credenciamento da FIFA, direto de Zurique, Suíça. Sabem que nome
está no credenciamento? eu me emociono, calma… “Juraci Vieira”.
De onde estiver pai, sei que está feliz, e pode ter a certeza que com
o seu nome vou relembrar um pouco da sua vida profissional na história
das copas.
Eu te amo pai, por toda a minha vida!!!
De um filho eternamente apaixonado,
Juraci Filho.