Edilson Dias Lopes assassinado no Espírito Santo |
Com Informações da FENAJ
Após a morte do
repórter cinematográfico Santiago Andrade, em consequência de um rojão
que atingiu sua cabeça quando cobria uma manifestação no Rio de Janeiro,
e mesmo com apelos internacionais para cessar a violência contra
jornalistas, outros 3 assassinatos de profissionais de imprensa foram
registrados no Brasil nos últimos dias. A FENAJ cobra medidas urgentes
de combate à impunidade.
No dia 11 de
fevereiro dois homens em uma moto alvejaram com três tiros o radialista
Edílson Dias Lopes, da rádio comunitária Explosão Jovem FM, em frente de
sua residência, na cidade de Pinheiros, no Espírito Santo. Crime
semelhante ocorreu no dia 13, quando Pedro Palma, dono do jornal
Panorama Regional, foi morto a tiros em frente a sua casa em Miguel
Pereira (RJ), também por duas pessoas em uma moto.
Já no dia 16, José
Lacerda da Silva, cinegrafista da TV Cabo Mossoró, no Rio Grande do
Norte, também foi assassinado em uma via pública com vários tiros,
quando foi surpreendido por um veículo com pelo menos duas pessoas à
bordo. Lacerda chegou a ser socorrido, mas faleceu antes de chegar ao
hospital.
Com a morte de
Santiago Andrade, no dia 10 de fevereiro, ampliaram-se, além de
manifestações de entidades dos jornalistas e de empresas de comunicação,
uma série de posicionamentos nacionais e internacionais com relação às
agressões contra profissionais de imprensa. No mesmo dia, o Conselho de
Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS) repudiou a violência
contra jornalistas. No dia 12, a Relatoria Especial para a Liberdade de
Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou
a agressão e solicitou às autoridades que realizem investigações
imediatas para esclarecer os fatos, identificar e punir os responsáveis.
A FENAJ defendeu,
em atividades no Rio de Janeiro no dia 11, ações mais efetivas dos
governos e empresas de garantias ao trabalho dos jornalistas. O apelo
foi feito diretamente em encontro dos diretores da FENAJ Celso Schröder e
José Carlos Torves com o governador Sérgio Cabral Filho e, depois, com a
ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República. No dia 18 de fevereiro, em reunião com
diversas entidades, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
anunciou que estão em estudo um projeto de lei para coibir a violência
em manifestações públicas, entre outras leis.
Para o presidente
da FENAJ, Celso Schröder, o projeto de lei em estudo pode ser positivo,
mas são necessárias medidas urgentes não só quanto à segurança da
sociedade e de jornalistas na cobertura de manifestações públicas. "Nos
três assassinatos recentes é preciso esclarecer as circunstâncias e
motivações, mas esta agressão crescente mostra que os governos no Brasil
precisam ser mais ágeis em medidas de combate à violência e impunidade
nos crimes contra profissionais de imprensa", completa.