3 de março de 2014

PPS vai à Comissão de Ética pedir demissão do ministro do Trabalho


Brasília - Líder do partido na Câmara, Rubens Bueno anuncia representação contra Manoel Dias por causa de suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos da pasta por meio de ONG

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), anunciou que vai entrar, nesta semana, com uma representação na Comissão de Ética da Presidência da República contra o ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), pedindo o seu imediato afastamento do cargo. Segundo o líder oposicionista, a presidenta demonstra “frouxidão” ao não demitir imediatamente o ministro, suspeito de participar de um esquema de contratação de funcionários fantasmas por meio de convênio com o Ministério do Trabalho. “O Palácio do Planalto precisa demiti-lo o mais rápido possível. Acredito que a Justiça dará a resposta necessária para o caso, mas isso pode demorar. A manutenção de Manoel Dias no cargo representa um grande desrespeito com o trabalhador e com toda a sociedade brasileira”, disse Rubens Bueno.

A Polícia Federal concluiu inquérito sobre desvio de recursos do ministério e pediu, na semana passada, à Justiça Federal que remeta o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja aberto um inquérito contra o pedetista. Por ser ministro, Manoel Dias só pode ser investigado pelo Supremo.

De acordo com reportagem publicada nesta segunda-feira (3) pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal encontrou fortes indícios da participação do ministro em um esquema que empregava militantes do PDT como funcionários fantasmas na ONG ADVale que possuía convênios com o ministério. A ONG, que recebeu R$ 11 milhões do ministério, é de Santa Catarina, estado natal de Manoel Dias. ”Nunca me envolvi em corrupção”, disse o ministro ao Estadão.

Para Rubens Bueno, Dilma já deveria ter demitido o ministro em setembro do ano passado, quando uma operação da Polícia Federal apontou envolvimento de integrantes do ministério em um esquema de fraudes em licitações, prestação de serviços e produção de eventos turísticos e artísticos. A estimativa é que o prejuízo aos cofres públicos, nesse caso, tenha chegado a R$ 400 milhões. A Operação Esopo resultou na queda do então secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto dos Santos Pinto, um dos alvos da investigação.

“Naquele momento toda a equipe do ministro estava envolvida com o esquema e já havia fortes indícios da participação do Dias no episódio. Agora temos a PF pedindo o seu indiciamento por acreditar no seu efetivo envolvimento. A presidente Dilma deveria dar uma resposta à altura e não tolerar práticas de corrupção, mas faz justamente o contrário”, criticou o líder do PPS.
 
BNC Política

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