Brasília - Líder do partido na Câmara, Rubens Bueno anuncia representação contra Manoel Dias por causa de suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos da pasta por meio de ONG
O líder do PPS na
Câmara, Rubens Bueno (PR), anunciou que vai entrar, nesta semana, com
uma representação na Comissão de Ética da Presidência da República
contra o ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), pedindo o seu imediato
afastamento do cargo. Segundo o líder oposicionista, a presidenta
demonstra “frouxidão” ao não demitir imediatamente o ministro, suspeito
de participar de um esquema de contratação de funcionários fantasmas por
meio de convênio com o Ministério do Trabalho. “O Palácio do Planalto
precisa demiti-lo o mais rápido possível. Acredito que a Justiça dará a
resposta necessária para o caso, mas isso pode demorar. A manutenção de
Manoel Dias no cargo representa um grande desrespeito com o trabalhador e
com toda a sociedade brasileira”, disse Rubens Bueno.
A Polícia Federal
concluiu inquérito sobre desvio de recursos do ministério e pediu, na
semana passada, à Justiça Federal que remeta o caso ao Supremo Tribunal
Federal (STF) para que seja aberto um inquérito contra o pedetista. Por
ser ministro, Manoel Dias só pode ser investigado pelo Supremo.
De acordo com
reportagem publicada nesta segunda-feira (3) pelo jornal O Estado de S.
Paulo, a Polícia Federal encontrou fortes indícios da participação do
ministro em um esquema que empregava militantes do PDT como funcionários
fantasmas na ONG ADVale que possuía convênios com o ministério. A ONG,
que recebeu R$ 11 milhões do ministério, é de Santa Catarina, estado
natal de Manoel Dias. ”Nunca me envolvi em corrupção”, disse o ministro
ao Estadão.
Para Rubens Bueno,
Dilma já deveria ter demitido o ministro em setembro do ano passado,
quando uma operação da Polícia Federal apontou envolvimento de
integrantes do ministério em um esquema de fraudes em licitações,
prestação de serviços e produção de eventos turísticos e artísticos. A
estimativa é que o prejuízo aos cofres públicos, nesse caso, tenha
chegado a R$ 400 milhões. A Operação Esopo resultou na queda do então
secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto dos Santos Pinto, um dos
alvos da investigação.
“Naquele momento
toda a equipe do ministro estava envolvida com o esquema e já havia
fortes indícios da participação do Dias no episódio. Agora temos a PF
pedindo o seu indiciamento por acreditar no seu efetivo envolvimento. A
presidente Dilma deveria dar uma resposta à altura e não tolerar
práticas de corrupção, mas faz justamente o contrário”, criticou o líder
do PPS.
BNC Política