20 de maio de 2014

Secretaria municipal de políticas para mulheres já havia solicitado providências do estado para melhoria na delegacia especializada da mulher.




Caxias - Na última quinta-feira (15), a cidade de Caxias foi destaque nacional por mais um crime bárbaro contra uma mulher. A escrivã de policia Loane Maranhão Silva Thé de 28 anos foi assassinada com golpes de faca dentro da delegacia especializada da mulher enquanto ouvia o depoimento de um suspeito de estuprar as duas filhas, identificado por Francisco Alves Costa de 43 anos.

O assassino ainda feriu a investigadora de polícia Marilene Santos Almeida quando tentou ajudar a colega de trabalho que Loane Maranhão que pedia socorro e acabou também sendo atingida por golpes de faca.
Segundo informações Loane estava sozinha em uma das salas da delegacia da mulher para tomar o depoimento do gari Francisco Alves costa, quando ele puxou a faca que estava escondida na roupa, e atacou a escrivã.

TRAGÉDIA ANUNCIADA
Poderia ter sido evitada, se o governo do estado do Maranhão, através da secretaria de estado de segurança publica houvesse atentado para as reivindicações da delegada local, após a visita da secretária municipal de políticas para as mulheres Liana Lobato Rocha Coutinho, membros da equipe técnica e a deputada estadual Cleide Coutinho à delegacia especializada da mulher no dia 16 de maio de 2013.

Após a visita, a secretária municipal de políticas para mulheres convocou uma reunião com autoridades dos três poderes a nível municipal (legislativo, executivo e judiciário) solicitando também a participação da deputada estadual Cleide Coutinho para relatar a deficiência e a precariedade do serviço na cidade de Caxias. Na oportunidade, técnicos do centro de referência e atendimento a mulher – Cream apresentaram dados dos casos de violência contra mulher no município e a falta de estrutura física e pessoal para delegacia especializada da mulher de Caxias.

Após apresentação dos dados e relatos a deputada Cleide Coutinho membro da CPI da mulher na época solicitou a ida da equipe técnica da Smpm e representante do conselho municipal dos direitos da mulher – Cmdm para apresentar os dados aos membros da comissão em uma sessão realizada na Assembléia Legislativa do Maranhão, onde estava presente a secretária de estado da mulher Catharina Bacelar e a delegada da mulher de São Luis Kazume Tanaka.

Durante a reunião, a comitiva da Smpm e Cmdm solicitaram para a cidade de Caxias a implantação do instituto médico legal, a reestruturação da delegacia especializada da mulher – Deam nos quesitos de aspectos físicos e quadro pessoal de acordo com a deficiência apresentada e a instalação da vara especializada.

O governo do estado através da secretária de estado da mulher Catharina Bacelar dias após a reunião, se posicionou via OFICIO “Nº 274-GS/SEMU” a Smpm de Caxias, alegando a desnecessidade das solicitações reivindicadas;

 “aproveitamos a oportunidade para lembrar a Veª que existe uma norma técnica de padronização das Deams, editada pela secretaria de políticas para as mulheres da presidência da republica Spm/Pr, que não prevê a presença de profissionais para atendimento psicossocial nas delegacias especializadas da mulher, sendo um equivoco considerar a ausência desses profissionais como uma carência do serviço”
“quanto a implantação de uma vara especializada, como Vxª mencionou durante a exposição à CPI da mulher, há critérios para sua efetivação. lembramos ser uma atribuição do poder judiciário a sua ausência não caracteriza, portanto “inércia do estado”, como apontado no já referido relatório.”
ISSO É COMUM

Segundo matéria delegada-geral da policia civil do Maranhão, Maria Cristina Resende Meneses, o suspeito compareceu à delegacia na hora marcada para prestar depoimento publicado no site da Folha de São Paulo no dia 16/05 ÀS 16H38; A, sem arma visível. Numa situação como essa, afirma os depoentes não costumam ser revistados porque a prática é vista como abusiva por entidades de defesa dos direitos humanos.

A delegada-geral diz ainda que é comum que escrivães e investigadores tomem depoimentos, embora o ideal fosse ter um delegado presente.

“ na nossa realidade, isso é comum. enquanto o escrivão ouve o suspeito, os outros funcionários trabalham em outras áreas. na realidade do Brasil, um inquérito não cumpriria os prazos caso o delegado estivesse presente em todos os depoimentos. é uma praxe” finalizou.

Leonel Medeiros
ASCOM/SMPM
Com Informações (Folha de S. Paulo)
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