Rio de Janeiro –
A integração entre os 180 mil homens das áreas de defesa, segurança e
inteligência que o Brasil está empregando na Copa do Mundo da FIFA
Brasil 2014 garante a preparação do País para enfrentar eventuais
incidentes durante o Mundial. “Esse será um dos benefícios para a
população brasileira que ficarão depois da Copa”, disse o chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas, General José Carlos De Nardi. A
avaliação também é compartilhada pelo chefe da Secretaria Extraordinária
de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Rodrigues, do Ministério da
Justica.
O
consultor de segurança da FIFA para a Copa do Mundo, Andre Pruis,
considera que as ações desenvolvidas pelo governo brasileiro para a
segurança da Copa poderão ser usadas como modelo em futuros eventos
esportivos. Ele citou como exemplo de inovação os Centros Integrados de
Comando e Controle Móveis, viaturas que funcionarão como postos
avançados para o trabalho conjunto de agentes de segurança mobilizados
para o evento.
De
Nardi, Rodrigues, Pruis e outras autoridades do governo e da FIFA
participaram, na manhã desta terça-feira, 10 de junho, de uma entrevista
coletiva a jornalistas brasileiros e estrangeiros no Centro Aberto de
Mídia João Saldanha (CAM), no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Também participaram o diretor-geral Adjunto da Agência Brasileira de
Inteligência (Abin), Ronaldo Belham, e o Gerente-Geral de Segurança do
Comitê Organizador Local (COL), Hilário Medeiros.
De
Nardi destacou que a atuação conjunta dos Ministérios da Justiça,
Defesa e Casa Civil, assessorada pelo Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), constitui um legado que perdurará para a população
brasileira por muito tempo. O sistema integrado de segurança e defesa
atuará em 14 estados e no Distrito Federal. Centros passaram a
funcionar nas 12 cidades-sede dos jogos da Copa e outras três cidades –
Sergipe, Alagoas e Espírito Santo – onde há centros de treinamento de
seleções que disputarão o Mundial.
Segundo
o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o Ministério da Defesa
investiu cerca de R$ 700 milhões para atuar em áreas de defesa
aeroespacial, marítima e fluvial, cooperação de fronteiras, segurança e
defesa cibernética. De Nardi destacou também que tropas das forças de
contingência estarão prontas para agir a qualquer momento para defender
todas as estruturas estratégicas em torno dos estádios, como torres de
energia e de telecomunicação. Para que essa força seja acionada, porém, é
necessário que os governadores de Estado façam requerimento a
presidenta da República, Dilma Rousseff, para que as tropas entrem em
ação a fim de garantir o cumprimento lei e da ordem em cada cidade ou
região.
De
acordo com o secretário Andrei Rodrigues, do Ministério da Justiça, o
investimento em segurança pública nos 15 estados da Copa do Mundo será
de R$ 1,17 bilhão. Isso inclui a montagem do Sistema Integrado de
Comando e Controle, que agrupa centros dotados de equipamentos como
paredão de imagens, computadores e software. Muitos deles já abrigam os
centros de operações da polícia.
Isso
permitirá a quem ligar para o número de telefone 190 para registrar
qualquer ocorrência, não necessariamente ligada à Copa, ser atendido
pelos Centros Integrados de Comando e Controle. Tais sistemas incluem o
georreferenciamento de viaturas, que permitirá acionar o policial mais
próximo para atender a ocorrência rapidamente. “Este já é um benefício
em curso em algumas cidades e será, pós-Copa, um avanço que ficará para a
segurança pública cotidiana”, destacou Rodrigues.
Segundo
o Gerente-Geral de Segurança do Comitê Organizador Local (COL), Hilário
Medeiros, ações estruturantes na área de grandes eventos são outro
legado que ficará depois da Copa do Mundo. Isso porque qualquer evento
esportivo com público acima de 3 mil pessoas demandará agentes de
segurança de grandes eventos. Medeiros destacou que durante a Copa das
Confederações o plano atuou em sua capacidade máxima e não houve
incidentes em nenhuma instalação.
Subordinada
ao Gabinete de Segurançaa Institucional da Presidência da República, a
Abin tem atuado com um contingente de 900 pessoas capacitadas em
inteligência, segundo o Diretor-Geral Adjunto, Ronaldo Belham. Ele
apontou ainda o serviço integrado de agentes estrangeiros com 42
parceiros confirmados nas reuniões feitas diariamente a partir desta
quarta-feira, além de outros parceiros que manterão canal aberto com a
Abin.
Belham
disse que a Abin já realizou avaliações de riscos que abrangem áreas
como centros de treinamento, trajeto das delegações e hotéis, além de
avaliações de riscos de todas as seleções que disputarão o Mundial no
Brasil. O aparato de segurança disponível para cada delegação tomou como
base esse levantamento, as demandas de cada país e também uma avaliação
de risco de cada partida.
BNC Copa do Mundo