5 de agosto de 2014

Sete anos após mudar de nome, DEM perde força e luta para não virar nanico

São Paulo - Em março de 2007, o então PFL deixava de existir e se remodelava para se transformar no DEM (Democratas). A mudança de nome marcou, porém, uma queda vertiginosa de força e número de candidatos do partido, como pode ser vista nas bancadas e quantidade de candidatos nas eleições 2014.
Em 2014, o DEM registrou 657 candidatos a todos os cargos (2,6% do total) em disputa, quase um terço a menos que o número de inscritos em 2010, quando 863 nomes estavam na disputa.
Os dados de 2014 ainda não são definitivos, já que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda segue incluindo informações de candidatos, mas os números devem sofrer poucas alterações.
O número de candidaturas a governador entre 2010 e 2014 caiu pela metade: de quatro para duas. O partido possui 25 deputados federais, ou seja, menos de 5% do total da casa. Em 2010, o partido chegou a eleger 76 deputados federais --40 a menos que o antigo PFL, em 2006.
No quadro majoritário a situação é parecida: a única governadora do partido,Rosalba Ciarlini, do Rio Grande do Norte, tem a pior avaliação do país entre a população e sequer concorrerá à reeleição --no Estado, o DEM não terá candidato majoritário.

"Assalto" do PSD

Para o presidente da legenda, o senador Agripino Maia (RN), o número de candidaturas não significa o peso dos partidos.
"Hoje temos candidaturas muito mais sólidas do que nas eleições passadas. O que interessa é a qualidade e a densidade eleitoral dos candidatos. A perspectiva é a eleição na Bahia, que é o quarto eleitorado do país", disse, citando o nome de Paulo Souto, que lidera a corrida pelo governo baiano.
O Estado, por sinal, é o que o partido possui maior influência, governando Salvador com ACM Neto.
Maia diz acreditar que a redução teve influência direta do "assalto" do PSD. A ser criado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab em 2011, o PSD recebeu acolheu muitos políticos que pertenciam ao DEM.
"[Isso ocorreu a] pedido de Dilma, o que reflete na queda do número de deputados. Nosso 'marco zero' não é 2010, o marco é depois desse assalto. Ficamos com apenas um governador. Mas nesta eleição vamos crescer na Câmara e no Senado", disse Maia.
Sobre a companheira potiguar, Maia faz duras críticas a posição política no governo Ciarlini. "Ela está inelegível, se isolou, não conseguiu agregar nenhum partido de expressão, infelizmente. Foi colocado em torno dela o maior arco de alianças da história do RN. Oito meses depois, nenhum partido mais estava com ela. Ela não é candidata porque está inelegível e porque ela se isolou politicamente. Não fosse isso, poderia até ser candidata", disse.

Oposição forte

Para o ex-líder da minoria na Câmara e atual vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô, a perda tem relação direta com a ida do partido para oposição em 2003.
"Quando se faz oposição a um Zé Mané qualquer, é uma coisa. Mas o DEM fez oposição pesada ao presidente que gozou do maior índice de popularidade, que foi o Lula. E não foi oposição mais ou menos, foi fechada", disse.
Em setembro de 2010, Lula fez um duro ataque ao DEM, em discurso em comício em Joinville (SC), dizendo que o partido deveria ser "extirpado" da política brasileira.
Nonô diz creditar ainda à moralidade do partido, que resultou em saída de nomes até então consagrados do partido nos últimos anos.
"Nós sofremos perdas importantes. Há 4 anos, nosso quadro tinha o Demóstenes Torres, o Arruda, que quando foram pego em atos pouco éticos foram expulsos, e isso teve perdas eleitorais. Não fizemos como o PT, que fez de seus delinquentes heróis. Isso teve um custo eleitoral"
Nonô também diz que, em 2014, o partido possa ter um crescimento eleitoral. "Não chegaremos a ter as bancadas expressivas, como há tempos atrás, até porque hoje há uma pulverização dos quadros partidários é cada vez maior."
Com Informações da Uol
BNC Eleições 2014

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