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 – Com gastos totais de R$ 5 bilhões, a campanha eleitoral de 2014 foi a
 mais cara da história, ultrapassando em 2% a de 2010, que, 
diferentemente do pleito deste ano, tinha o dobro dos cargos ao Senado 
em disputa. Os números foram obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo após 
levantamento nas prestações de contas de todos os candidatos em disputa,
 eleitos e derrotados.
O levantamento mostra de 60% dos 
recursos investidos nas campanhas, R$ 2,9 bilhões, foram gastos por 
apenas três partidos, PT, PSDB e PMDB. Apenas dez empresas investiram R$
 1 bilhão em candidaturas, ou 20% do total. Somados, os maiores gastos 
ficaram por conta das disputas às assembleias legislativas, R$ 1,2 
bilhão, seguida pelos candidatos a governador, R$ 1,1 bilhão e aos 
candidatos a deputado federal, R$ 1 bilhão.
Segundo o levantamento da Folha, feito 
com base nas prestações de contas oficiais dos partidos ao Tribunal 
Superior Eleitoral, os gastos em publicidade representaram metade do 
total investido pelos candidatos na disputa eleitoral deste ano, 
seguidos por despesas com pagamento de pessoal e com custos de 
transporte.
O alto volume de financiamento de 
campanha por grandes grupos empresariais esquenta o debate sobre a 
reforma política. Arrasta-se no Supremo Tribunal Federal o julgamento de
 pedido da Ordem dos Advogados do Brasil para que seja declarado 
inconstitucional o financiamento por empresas. Seis ministros já votaram
 a favor da OAB, mas enquanto os demais não se pronunciam, eles podem 
mudar o voto.
A votação já foi interrompida por dois 
pedidos de vista: um do ministro Teori Zavascki, único que votou contra a
 proibição, e outro do ministro Gilmar Mendes, que já sinalizou posição 
também contrária, mas que ainda não declarou o seu voto.
O Congresso Nacional, que é contra a 
mudança das regras por meio da STF, tem vários projetos sobre o assunto 
em tramitação atualmente.
BNC Eleições 2014