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10 de junho de 2015

Delatores da propina de Roseana e Lobão farão acareação no MPF

Grande Ilha - Após a revelação de um vídeo em que procuradores parecem desdenhar da ideia de uma acareação, o Ministério Público Federal marcou para o próximo dia 22 um interrogatório conjunto entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para esclarecer pontos divergentes nas declarações que prestaram em acordos de delação que ambos fizeram na Lava Jato.
Os pontos de discórdia entre os dois envolvem seis casos, entre os quais os do ex-ministro Antônio Palocci e do senador Edson Lobão (PMDB-MA) e recursos para campanhas de 2010 (leia quadro).
Paulo Roberto disse ter autorizado Youssef a repassar R$ 2 milhões para a campanha de 2010 de Dilma Rousseff (PT), que teriam sido pedidos por Palocci.
Youssef, por sua vez, disse que não fez essa operação nem foi procurado por Palocci. O advogado do petista, José Roberto Batochio, confirma essa versão e diz que seu cliente jamais viu o doleiro.
No caso de Lobão, Paulo Roberto afirmou que ele pediu R$ 2 milhões para a campanha de Roseana Sarney ao governo do Maranhão e que a entrega do montante foi providenciada por Youssef.
O doleiro negou ter feito a operação para Roseana e levantou a hipótese de que Paulo Roberto pode ter confundido ele com outro doleiro.
Se ficar provado que um dos dois mentiu, eles podem perder benefícios, como o direito a prisão domiciliar, mas é improvável que uma divergência pontual anule o acordo de delação inteiro.
A acareação vai ocorrer em Curitiba, onde o doleiro está preso desde 17 de março do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Lava Jato, que apura pagamento de propina em contratos da Petrobras. O inquérito sobre Lobão corre no Supremo, porque ele é senador e só pode ser investigado pela instância máxima da Justiça, enquanto a apuração sobre Palocci está em Curitiba.
O advogado de Roseana e Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, nega as acusações contra os dois e tem repetido que as delações não são confiáveis.
BNC Lava jato

8 de maio de 2015

Lava Jato: Em resposta a Eliziane, ex-diretor diz ter pago R$ 2 mi em propinas a Lobão e Roseana

Brasília - O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou nesta terça-feira (5) que repassou propinas que variaram entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), na época em que ele era ministro de Minas e Energia. O ex-diretor disse ainda que o dinheiro também tinha como destinatária a então governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB). A declaração de Costa foi dada em resposta à deputada Eliziane Gama (PPS-MA), durante audiência pública realizada pela CPI da Petrobras da Câmara dos Deputados.

“Como se deram estas conversas com o então ministro Edison Lobão e com a governadora Roseana Sarney? Qual o conteúdo destes encontros? Constou neste debate também o pagamento de propinas para a refinaria de Premium?”, perguntou Gama, durante a oitiva.

Paulo Roberto Costa respondeu que a solicitação dos recursos foi feita sem intermediários.

“Fui numa reunião com o ministro Edison Lobão e ele me pediu recursos para ele e para a então governadora Roseana Sarney. Este pedido foi feito pelo ministro Lobão. Não sei se foi um milhão ou dois milhões, mas está na minha delação”,  disse Costa.

No pedido de investigação solicitado pelo Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-ministro de Minas e Energia, consta trecho da delação de Paulo Roberto Costa que afirmou que metade da propina repassada pelo ex-diretor iria para a campanha eleitoral de Roseana, de 2010, e o restante para o próprio Lobão.

Já a Premium I foi uma refinaria que seria erguida no munícipio maranhense de Bacabeira, cujo projeto se iniciou na gestão do então presidente Lula, mas foi abortado no início de 2015 ainda na fase de terraplanagem. Custou R$ 2 bilhões apenas na fase conceitual e de estruturação do terreno para receber o canteiro de obras.

José Sarney

Eliziane Gama também quis saber detalhes sobre uma afirmação feita no início do depoimento de Paulo Roberto Costa à CPI de que as indicações políticas para cargos da diretoria da Petrobras teriam se iniciado em 1985, início do governo de José Sarney.

“Teria sido José Sarney, na década de 80, o grande estreante, aquele que criou todas as condições favoráveis para este esquema de corrupção bilionário que estamos vendo hoje na Petrobras?”, indagou a parlamentar do PPS.

Paulo Roberto Costa contou que foi no governo de José Sarney que começaram as indicações políticas para as diretorias da Petrobras, mas não soube informar se o esquema de irregularidades em contratos já vigorava à época.

Eliziane Gama perguntou ainda ao ex-diretor da estatal se ele poderia detalhar aquilo que Costa classificou de “sistema podre”, que levou a Petrobras a atual situação financeira.

“Quem está comandando este sistema de desvio de recursos?”, acrescentou a deputada.

O ex-diretor disse que tinha contato com pessoas e representantes de partidos, mas que não havia um comando no esquema de corrupção na estatal. Costa citou o PP, PMDB e PT como beneficiários da corrupção, enquanto ele esteve na diretoria de Abastecimento da Petrobras.

BNC Política