18 de outubro de 2011

Aumenta a cobertura dos protestos do Ocupem Wall Street,

A medida que a mensagem do Ocupem Wall Street, dizendo representar 99% dos norte-americanos, se dissemina pelo país, a cobertura do movimento também se alastrou, ganhando as primeiras páginas dos jornais e as manchetes dos noticiários de televisão. Na semana passada, pela primeira vez, ela foi quantitativamente equivalente àquela dada ao Tea Party no início de 2009, segundo dados divulgados na quarta-feira (12/10) pelo Centro de Pesquisas Pew. Os dados confirmam os crescentes testemunhos do movimento, que lentamente ganhou força no mês passado e ganhou a consciência coletiva da nação na semana passada, quando o presidente Obama foi questionado sobre ele numa entrevista coletiva e quando os telejornais nacionais deram uma chamada ao vivo a partir do site do protesto de Wall Street.
 
Protestos começam a aparecer

Na primeira semana completa do mês de outubro, segundo o Projeto pela Excelência do Jornalismo do Centro Pew, os protestos ocupavam 7% da cobertura jornalística nacional, 2% a mais do que na última semana de setembro. Antes disso, a cobertura era tão modesta que nem constava do Projeto pela Excelência do Jornalismo, que acompanha 52 veículos para produzir um estudo mensal sobre cobertura jornalística. O estudo divulgado na quarta-feira mostra que o noticiário pela TV a cabo e pelo rádio, que no início praticamente ignoravam os protestos quase por completo, começaram a dar uma cobertura significativa na semana passada, muitas vezes com uma boa dose de opiniões, positivas ou negativas. Alguns manifestantes criticaram com veemência veículos da mídia por ridicularizarem a natureza de um movimento sem lideranças e a falta de objetivos concretos, mas outros, cuidadosamente, também atraíram a atenção desses veículos.

“Eles insistem na divulgação da matéria, ainda que discutam sobre o que, concretamente, essa matéria seria”, escreveu James Rainey, crítico de mídia. Rainey sugeriu que os repórteres resistam ao desejo de se fazerem juízos instantâneos sobre o que representam os protestos: Às vezes, a matéria mais corajosa é a que diz: Nunca vi isto antes. Não tenho certeza de compreender o que significa. Não tenho a menor ideia para onde vai.”

Os protestos estão começando a aparecer nas pesquisas. Numa pesquisa realizada pelo Centro Pew entre 6 e 9 de outubro, 17% dos entrevistados disseram que seguiram com muita atenção a cobertura feita pela mídia na semana passada; 25% disseram que acompanharam a cobertura mais ou menos de perto. O estado em que se encontra a economia dos Estados Unidos continuou sendo acompanhado com muita mais atenção, como já vem sendo há anos. A pesquisa tinha uma margem de erro de 4% para mais ou para menos.

Uma onda no sábado

Michael Dimock, diretor do Centro de Pesquisas Pew, disse que a pesquisa constatou existir uma descontinuidade de gerações em relação à atenção dada aos protestos. Quando interrogados sobre quais assuntos haviam acompanhado mais de perto na semana passada, 11% dos entrevistados com idades entre 18 e 29 anos citaram os protestos, enquanto 3% daqueles com idade igual ou superior a 65 anos fizeram o mesmo. “Mesmo assim, não é um dos principais assuntos entre os jovens”, destacou Michael Dimock. A morte de Steve Jobs foi um desses assuntos.

Foram as inúmeras detenções que ocorreram no mês passado em Nova York que inicialmente provocaram boa parte da cobertura. Agora, entretanto, são as reclamações e experiências dos manifestantes que vêm ganhando bastante cobertura. “Manifestantes crescem”, estampava a manchete do jornal Florida Today na quarta-feira (12/10). “Manifestantes de Wall Street miram casas ricas de N.Y.”, dizia outra, no jornal The Palm Beach Post. O crescimento na cobertura da mídia é significativo porque, entre outros motivos, pode dar legitimidade ao movimento e incitar mais pessoas a buscar informações sobre os protestos no Facebook e em outros websites.

Nesses sites, os organizadores partilham informações sobre uma onda de protestos que irá ocorrer no sábado (15/10) em cidades de todo o país. Na Flórida central, por exemplo, centenas de pessoas já se comunicaram eletronicamente com o Facebook sobre acontecimentos do fim de semana em St. Petersburg, Tampa, Sarasota, Orlando e outros locais.

Fonte: FNDC
BNC Comunicação

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