Muito se fala que um dos grandes problemas da região Norte do Brasil são os desmatamentos e conflitos de terras. Mas existe na região um outro gargalo tão complexo mas pouco visto em todo o País: a falta de saneamento e tratamento de esgoto na região.
Segundo os dados do Altas de Saneamento 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (19), com base na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) de 2008, apenas 3,5% dos domicílios de toda a região norte contam com coleta de esgoto, o que tem resultado direto: os maiores rios do mundo estão sendo poluídos aos poucos.
Dos 449 municípios da região, apenas 60 deles tinham rede coletora. Destes, somente 40 tinham rede de tratamento de esgoto. Os números na região poderiam ser ainda piores. Porque Acre, Roraima e Amapá têm percentuais de coleta e tratamento de esgoto bem acima da média regional. Além disso, entre 2000 e 2008 aumentou em 6% o número de municípios atendidos pelo serviço de esgoto.
Os pesquisados do IBGE afirmam que, se de um lado houve essa tímida melhoria, do outro também houve cidades que deixaram de investir em esgotamento sanitário. “Os dados revelam que em quase todas as regiões cresceu a proporção de municípios investindo em melhorias na sua rede de esgotamento sanitário, com exceção da região Norte, que teve um decréscimo na proporção de municípios investindo em melhorias, se comparados com os dados de 2000”, aponta a pesquisadora Amanda Estela Guerra, no Atlas de Saneamento.
BNC Norte