Araioses - Foi
encontrado morto, na noite de segunda-feira, 21 de julho, o trabalhador
rural José Enedina, em Araioses (MA). Seu corpo já estava em processo
de decomposição e apresentava lesões de pancada e facadas.
(CPT Maranhão)
Zé Enedina era uma liderança importante das áreas em conflito em
Araioses, Maranhão. Ele residia no imóvel Santa Rosa, uma área de cerca
de 1.100 hectares, palco de conflitos há mais de vinte anos. Desde a
antiga pretensa proprietária, a fazendeira Ester Furtado, até os dias de
hoje, INCRA e Secretaria do Patrimônio da União não se entendem para
titular a área, quase toda pertencente à União Federal, em favor dos
trabalhadores rurais. Cerca de 30 famílias vivem no local.
Segundo Diogo Cabral, advogado da CPT no Maranhão, este é o quarto
assassinato no estado somente neste ano. Na semana passada, em
Chapadinha (MA), num confronto entre posseiros, um tombou e outro foi
internado em estado grave no hospital Socorrão 2, na capital, São Luís.
Na mesma semana, um violento despejo expulsou 42 famílias de suas
terras, griladas pelo latifúndio em favor da Suzano Papel e Celulose.
Quatro trabalhadores foram presos. No final de junho, um indígena Awá
Guajá sofreu tentativa de homicídio, dentro da TI AWA GUAJA. Antes,
Raimundo Brechó foi morto em Timbiras, leste do Maranhão. Seu nome
constava na relação dos ameaçados de morte da CPT. O inquérito policial
nunca foi concluso, e há quatro meses se encontra parado!
Atualmente, várias são as pessoas ameaçadas de morte no Maranhão, por
suas lutas em defesa do território, do meio ambiente saudável e por paz.
Nada foi feito nos últimos cinco anos, nem pelo Governo Federal, muito
menos pelo Governo do Maranhão, para proteger os defensores dos direitos
humanos.
Apesar da firme pressão, inclusive realizada pela Anistia
Internacional, em várias ações urgentes lançadas para proteger líderes e
comunidades tradicionais maranhenses, o Estado vira as costas para os
pobres da terra.
Fonte: CPT
BNC Maranhão