Rio de Janeiro - O movimento Sem-Teto do Atletismo, formado por atletas e técnicos do
Rio de Janeiro, promoveu hoje (8) a 1ª Corrida e Caminhada pela
Reconstrução do Estádio de Atletismo Célio de Barros, anexo ao
Maracanã. O espaço teve a pista destruída durante as obras da reforma do
Maracanã para a Copa do Mundo.
Uma das treinadoras da equipe de atletismo do Rio, Edineida Freire, disse que o ato é um protesto pela falta de um local apropriado de treinamento para mais de 800 atletas e de lazer para centenas de cidadãos. Segundo ela, o problema ocorre há cerca de um ano e dois meses. “Já ganhamos judicialmente, e eles vão ter que reconstruir a pista. O espaço será usado como estacionamento para o Mundial de Futebol, e a promessa é que haja a reconstrução [da pista] depois. Até lá, viremos todos os meses aqui na porta fazer um ato para lembrar os governantes das nossas necessidades”, adiantou Edineide.
Uma das treinadoras da equipe de atletismo do Rio, Edineida Freire, disse que o ato é um protesto pela falta de um local apropriado de treinamento para mais de 800 atletas e de lazer para centenas de cidadãos. Segundo ela, o problema ocorre há cerca de um ano e dois meses. “Já ganhamos judicialmente, e eles vão ter que reconstruir a pista. O espaço será usado como estacionamento para o Mundial de Futebol, e a promessa é que haja a reconstrução [da pista] depois. Até lá, viremos todos os meses aqui na porta fazer um ato para lembrar os governantes das nossas necessidades”, adiantou Edineide.
Com a destruição da pista, uma das atletas brasileiras de heptatlo
Marcelle da Cruz, de 17 anos, já chegou a treinar na rampa do metrô e
até na calçada da Assembleia Legislativa do Rio. “Lá é um local com
bastante espaço, dava até para colocar umas barreiras”, disse ela. Com
várias medalhas ganhas em competições estaduais e nacionais, Marcelle
lamentou que, apesar da dedicação e disciplina, faltam equipamentos
decentes para fazer um treinamento adequado para alcançar e manter um
bom índice olímpico. “Arremesso de peso está complicado, pois meu peso
agora é de 4 quilos e tenho que treinar com meia. O dardo, faço com
jornal enrolado, a barreira nem bate na minha canela direito, e a
barreira de verdade bate quase no meu quadril”, explicou.
Edineida lamentou que os atletas olímpicos do Rio estejam passando
por tal situação justamente quando os Jogos Olímpicos de 2016 serão
disputados na cidade. “Estamos a dois anos das Olimpíadas e nossos
atletas olímpicos estão indo embora para treinar fora, pois não temos
condições de ficar perambulando, de treinar um dia em um canto e treinar
num dia em outro.”
Nelson Rocha, o Nelsinho, ganhador de medalha olímpica e ex-velocista
dos 100 e 200 metros e do revezamento 4×100, que atualmente é técnico
de atletismo, lembrou que, sem o Célio de Barros, ele jamais teria
alcançados os recordes na carreira. “Ganhei vários revezamentos aqui,
minha primeira competição pela seleção brasileira foi aqu., Então, é uma
relação de amor que tenho pelo Célio de Barros”, desabafou. De acordo
com Nelsinho, o Célio de Barros era o único estádio do Rio de Janeiro em
que podiam ser praticadas todas as modalidades do atletismo. “Hoje não
existe na cidade um local adequado para fazer uma competição. Se o
atleta treina e não compete, não tem como alcançar marcas, fazer
índices”, afirmou.
Os manifestantes também lamentaram o fim dos projetos sociais que
atendiam a mais de 800 pessoas diariamente no estádio. Edineida contou
que atendia a mais de 300 alunos com idades entre 5 e 50 anos. “Fora os
atletas paraolímpicos, os clubes, as escolas públicas, as associações de
veteranos. Foi uma perda muito grande. Hoje retrocedemos dez anos”,
disse a treinadora.
BNC Rio