28 de novembro de 2014

APRUMA PROMOVE DEBATE SOBRE A VIOLÊNCIA EM SÃO LUIS

São Luis - É assustador o aumento da violência em São Luís e em todo o Maranhão. Já há muito o estado tem sido destaque no noticiário nacional em relação ao complexo penitenciário de Pedrinhas.  Conflitos, rebeliões, assassinatos, com extensão para fora do presídio, impondo muitas vezes toque de recolher na cidade. Uma verdadeira barbárie! Tanto que o Brasil foi condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos, que determinou que o país proteja, de forma urgente, a integridade física dos presos, familiares e trabalhadores do Complexo Presidiário de Pedrinhas.

Insegurança, medo, assassinatos, chacinas, assalto a ônibus, carros, motos, são o cotidiano da população em São Luís que, parece virou um território sem lei. O mês de novembro de 2014 superou. Já passa de uma centena o número de homicídios só neste mês.

Dados de Mapa da Violência revelam que no período de 12 anos (2010 a 2012) o número de homicídios no Maranhão aumentou em 400%, sendo a 2ª maior taxa de crescimento de homicídios no país.  A maioria são homens pobres e negros, o que credencia os movimentos sociais de luta contra as opressões e, particularmente antirracistas, a falarem em um verdadeiro genocídio da população negra.

Essa situação se reproduz em todo o país. Semana passada, assistimos às notícias de pânico e terror em Belém do Pará, a partir do assassinato de um policial e, em consequência, pelo menos 10 assassinatos na periferia da cidade.

Maceió, capital de Alagoas, com uma população de menos de um milhão de habitantes (932.748) é a capital mais violenta do país, seguida de Fortaleza e João Pessoa. 16 capitais brasileiras estão entre as 50 mais violentas do mundo. São Luís ocupa o 15º no ranking, com uma taxa de homicídio de 57,39%. Tristemente, essas estatísticas tendem a piorar com os dados de 2014.

A resposta do Estado a essa calamidade, tanto em nível federal, como no Maranhão, tem sido a criminalização da pobreza, da população negra, dos lutadores e dos movimentos sociais. A polícia brasileira mata em média 6 pessoas por dia. De acordo com o 8º anuário do fórum de segurança pública de 2009 a 2013 foram 11.197 assassinatos. Para se ter uma ideia, a polícia dos EUA assassinou em 30 anos 11.090. As que mais matam são do RJ, SP e BA.


É urgente reverter esse quadro, investir em políticas públicas, aumentando os gastos sociais para reduzir a miséria e as desigualdades que geram a violência e deixam a nossa população vulnerável ao tráfico de drogas. Ter uma política que enfrente o narcotráfico, a violência policial e a criminalização dos pobres e da população negra. Várias alternativas estão sendo propostas, dentre elas a descriminalização e legalização das drogas, desmilitarização e unificação das polícias.

BNC Cidade

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